WELCOME TO IRAN

Outubro 2015


É como começam todas as conversas. A seguir perguntam de onde sou. Portugal, respondo. Com um sorriso aberto declamam uma lista de nomes de treinadores e jogadores de futebol. Portugal “good country” exclamam. 

Olham-me com curiosidade e perguntam pelos meus amigos. Quando percebem que estou sozinha ficam admirados. Falam entre eles e acenam para mim com ar de respeito. Welcome to Iran.




TURQUIA

27 de Abril a 12 de Maio 2014


Apenas duas semanas de férias e um destino a 5.000 km de distância. Rolar até lá demora 6 dias para cada lado e queimo as férias. Solução? Apanhar um avião e alugar uma moto.

A vida é feita de escolhas e as viagens também. Num país 8 vezes maior que Portugal há que optar por uma região. Escolhi a costa mediterrânica do Sul e a Anatólia Central, numa rota com cheiro a Otomano que consigo fazer em duas semanas.


No Reino do Dragão - Himalaias 2013

Sikkim - Bhutan Tour 2013


Duas semanas a viajar pelos Himalaias. Paisagens fantásticas, templos coloridos, uma sociedade diferente. Uma viagem que não foi apenas andar de moto. Teve uma componente cultural e de aprendizagem muito forte.




Marrocos - Na Terra do Sol Poente


Viagem a solo por Marrocos, entre 22 Abril e 3 Maio de 2012. 

Uma aventura fantástica, uma terra de gente hospitaleira, uma viagem que me surpreendeu. 





Fiesta Brava…. Pedaços de uma Viagem …

Fiesta Brava…. Pedaços de uma Viagem …

Espanha, Agosto 2010


Aqui partilho o relato de uma viagem pelo Sul de Espanha, paisagens e locais de Castilla La Mancha e Andalucia e um destino diferente: La Tomatina.

Esta viagem estava na gaveta há anos. E os desejos não são para ficar pendurados. Há coisas que sempre tivemos vontade de fazer. Quando o universo se conjuga para nos dar a oportunidade … temos de aproveitar …

A vida é tão curta!


Touratech Travel Event – A tertúlia dos Viajantes

Setembro 2010


Sentei-me na esplanada, uma folha em branco e uma caneta. Vai fazer a reportagem, dizem os meus Amigos. Brincam comigo, dizem cuidado que ela reporta tudo, porta-te bem senão estás na crónica. Tenho um sorriso divertido, olho para eles, para a folha em branco e lentamente deixo de os ouvir. Têm razão, apetece-me escrever, registar este bom momento.



5ª Aniversário CKLT – Uma história de meter medo aos ouvidos mais resistentes …

Agosto 2010


Um relato bem atrasado. Mas mesmo fora de tempo é sempre tempo de recordar bons momentos. Se é que consegui lembrar-me dos pormenores. E se houve muitos …. Aqui vai …. Para quem tiver paciência de ler tudo …..






Sardinhada CKLT 2009


Em 27 e 28 de Junho de 2009 realizou-se o 1º Festival da Sardinha, organizado pela empresa ACRB - Eventos Mal Organizados, S.A para os membros da Comunidade BMWCKLT. Durante o fim-de-semana estivemos acampados à beira do rio Ceira, acompanhados por muita sardinha e boa disposição.

Aqui fica a história de um acampamento …. em brasa.

Nota: As fotos comentadas são da autoria e foram cedidas pelo fotógrafo de serviço, Mister António Caldeira. Obrigada Mustafá.




Piratas e Malevinos – Um almoço bravo


Mais uma vez a Comunidade CKLT reuniu-se, no dia 8 de Março de 2009, para um passeio até à zona das Caldas da Rainha, sob o tema “Almoço”, organizado por um dos seus membros, o Luís Miguel PIRATINHA. 

Deixo aqui um pequeno relato do acontecimento, uma forma de agradecer a disponibilidade e simpatia do Organizador e também uma forma de mais tarde, podermos recordar bons momentos.


28 Dezembro 2008 - Um almoço "molhado"







28 Dezembro 2008 - Um almoço "molhado"

À hora marcada … saí de casa. Pois porque o sócio AC não tolera adiantos de hora e zela para que esteja tudo desorganizado. Chegada ao ponto de encontro e já lá estavam meia dúzia de desobedientes. Nem estava frio, nada, nem o café tinha umas mantinhas para aquecer. Nem o RB se serviu delas e parecia o avô Cantigas todo embrulhadinho.

Após umas meias horas de espera e de ganhar coragem para enfrentar a intempérie, lugar a um pequeno briefing para indicar que a desorganização não tinha pensado em nada, só tinham uma vaga ideia que queriam ir almoçar Irozes.

Irózes … então não eram enguias?????

Mais uns dedos de conversa à espera de mais veteranos e foram aparecendo mais destemidos, um toque de telemóvel e lá apareceu o Coiote que tinha estado no local errado à espera dos desorganizadores (quem te mandou confiar nas fotos, para a próxima compra um GPS) e estamos todos. Debaixo de um sol esplendoroso (que brilhava no Hawai), os 12 Cavaleiros do Apocalipse e mais 4 destemidas penduras, alinharam-se para o passeio rumo ao desconhecido.

Em caravana ordenada (à revelia da desorganização que queria despistar o pessoal) perseguimos o CEO da empresa organizadora através da 25 de Abril, debaixo de uma não-chuva - nãoooo, só uns pinguitos grossos e persistentes – à caça de uma placa a dizer Sesimbra. Mas não confiem muito porque até lá chegar ainda vamos dar umas voltinhas. E cruzámos as estradas todas da região, é bom andar à chuva, está um dia perfeito, as horas passam e já comia qualquer coisa. Num cruzamento avistei o Peralta …. Ai …. comia um arrozinho de marisco … ai … ai .. mas não, ainda havia mais voltinhas pela frente.

Rumo ao Cabo Espichel, a chuva abrandou e transformou-se nuns pinguinhos que prometiam finalmente um passeio (in)decente. Paragem para tirar o capacete e respirar o cheiro a terra molhada, falar mal da organização e ouvir os roncos do estômago. Hora de almoço mas ele não aparecia. Apareceu aquela chuvinha “molha parvos”, os parvos que estavam ali, sós naquele fim do mundo, só deserto molhado. Depois de algum refilanço, a desorganização acedeu em navegar até ao “escritório” de Sesimbra onde verificámos que estava sem ninguém – parece que havia greve de pessoal, balancetes molhados, escrita ensopada, lá nos valeu uns pastelinhos e um cafezito para enganar a barriguita e dar coragem para mais uma epopeia.

Com o alto patrocínio da chuva lá fomos de passeio pela Serra da Arrábida, curva acima, curva abaixo, paisagem desconhecida para nós que os Exmos. ACRB tiveram a gentileza de nos mostrar. Lá em baixo os veraneantes tomavam banhos de sol mas na estrada uma cortina de nevoeiro e uma parede de água castigava os bravos que foram na conversa desta empresa falida que desorganizou uma lavagem gratuita às motos. Quê??? Queriam ver as vistas???? Pagaram bilhete????..... Ham … vamos lá dar gás à moto que o tempo é de crise.

À entrada de Setúbal cheirava a choco frito, já almoçava, mas eles não deixaram. Até aceleraram só para não dar ideias à malta. Meia dúzia de avenidas e entrada na AE (pareceu-me) pois só via o farolim da moto da frente. Por entre as gotas de água da viseira lá consegui um espacinho para vislumbrar várias placas de sinalização difusa que a desorganização teimava em não respeitar e não virava. O Tozé esfregava as mãos de contente – isto está a correr bem, esta desorganização está do melhor, isto é que é tempo bom para passear.

Finalmente um pisca-pisca virou à direita para uma terra chamada “Sarilhos Grandes”. Não podia ter melhor nome para aquela aventura. Paragem debaixo de um telheiro grande, os ensopados nadaram até à porta do céu, lá dentro estava quentinho, lá dentro estavam todos a olhar para aqueles malucos das máquinas flutuantes que entraram por ali adentro e deixaram um rasto de água até à mesa do fundo.

E foi um sarilho comer aquilo tudo. Eram irózes (também conhecidas por enguias), eram costeletas, eram filetes, eram bifes, era um arrozinho de berbigão de chorar por mais, batatinhas, salada, tintol, sentada junto à brigada dos Lateiros só via a comida a desaparecer à mesma velocidade que a chuva caia lá fora. E o tempo foi passando com conversa de meter água, meias penduradas a secar, um burburinho de mastigar e contar peripécias, um almoço (finalmente) que valeu pelo sabor e pela simpatia do local.

No final do almoço o tão esperado sorteio do voucher para revisão da moto. De entre todos os inscritos …. Adivinhem a quem saiu … ao Roger … raios, já é o segundo voucher que ele ganha. O Homem está com sorte, tem revisões pagas até ao verão. Como ele não estava presente (parece que ficou pela garagem a venerar a GSA e a babar-se) o Viktor teve a gentileza de fazer de mensageiro e entregar pessoalmente o prémio.

Hora de pagar a dita, mais uma vez a desorganização primou e enganou-se a contar os comensais o que levou a uma barafunda nas contas, confusão e bocas. Estava prevista uma visita aos nossos protegidos, o CK e a LT, dois bichinhos abandonados, mas a visita foi abortada pois não se pode confiar na desorganização. Vestir de novo as toneladas de roupa protectora e lá fora a chuva não cai …. devagar … cai com força.

Caminho de regresso, por entre a bruma e os esguichos da água dos automóveis, passagem por rios de água, sinais difusos que indicavam a ponte Vasco da Gama, ponte que mal vi, só consegui aperceber-me que não havia bermas de terra mas um vazio para o nada pois até a vista de Lisboa tinha ficado no sofá a ver TV. Na 2ª circular, sempre na peugada do farolim do Krull, as luzes dos automóveis multiplicavam-se através das gotículas de água que teimavam em se fixar na minha viseira, pareciam milhares de luzinhas de Natal a piscar e cintilar que só me deixavam entrever os vagos traços brancos da faixa de rodagem. Em modo robótico lá segui sempre em frente, em direcção a casa, debaixo de um dilúvio dantesco, obra da desorganização que orquestrou esta odisseia por terras de Noé.

Não fosse a amizade que une este grupo de doidos, ninguém estaria ali. Mas se não fossemos não teríamos histórias para contar. E esta vai ficar na memória. Ai vai … vai ….. um passeio de duros, para homens de barba rija …. bem eu não tenho barba …. Hum …. Mas … mas … tenho pêlo na venta

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Moto Rali de Góis - Uma dura batalha


Julho 2008


Cerca de três dezenas de aventureiros aderiram ao Moto Rali de Góis, realizado nos dias 5 e 6 de Julho de 2008, sob o lema “Napoleão da Boa Parte”. Aqui fica a história da participação na batalha do Bussaco, armados com duas rodas e muito boa disposição.


Sobrevivi ao meu primeiro Lés-a-Lés










Um pequeno relato da edição 2008 do Portugal Lés-a-Lés, realizada entre 22 e 24 de Maio, entre Bragança e Sagres e na qual participei pela primeira vez.



1ª Etapa – A técnica, as curvas, o verde
Saída às 7 da manhã, num dia que se adivinhava complicado. A informação meteorológica não era animadora, o céu estava cinzento mas seco. A primeira curva debaixo do arco da muralha da Cidadela de Bragança era uma primeira pista do percurso que nos estava destinado.

Partimos. O road book dizia “ grandes curvas para acordar” … e que acordar. Um zig-zag por entre a paisagem fresca e verde, com cheiro a terra molhada até Outeiro, seguimos para Carção e continuámos em direcção ao pequeno-almoço. Chegados a Algoso esperava-nos um corredor de pastelinhos e muitas calorias, já a prever o desgaste da viagem.


Visita por entre as ruas de empedrado da Vila e apanhamos a N219, estrada larga com bom piso. Mas não, não se habituem pois ali à frente há uma cortada para um caminho de terra, a descer muito, muito, até ao rio Angueira onde na ponte velha nos esperava o primeiro pica. Um vale fabuloso, onde serpenteava o rio e onde fizemos umas fotos, sob um sol morno e ainda com as remelas ao canto do olho. A subida era a pique, com curvas apertadas, terra e pedrinhas para chegar à ponte nova suspensa entre dois montes.




Voltámos à estrada mais uns kilometros até um desvio sem nome para Azinhoso, uma pequena aldeia transmontana de ruas estreitas, casas de pedra e ruas de pedra, onde procuramos um pelourinho escondido para picar de novo o cartão. Começo a pensar se vamos passar em todas as ruas de empedrado de todas as aldeias e vilas transmontanas. Por acaso não chove, mas se ela começa a cair fica uma sopa de pedra molhada bem boa para as duas rodas resvalarem.

Mogadouro, Mazouco, Freixo-de-Espada-à-Cinta, mais povoações que atravessámos pela manhã, num andamento cheio de energia, muitas curvas, estradas estreitas e estradas menos estreitas, até ao Miradouro de Penedo Durão, sob um sol tímido. A paisagem era imensa, esmagadora, sem fim. O Douro Internacional estendia-se aos nossos pés. Depois de mais uns kms, com uma prova de terra para quebrar a monotonia do alcatrão, continuávamos lá em cima, bem em cima do mundo.



Começámos a descer por entre o nada, por entre tudo, por entre uma vista fabulosa que convidava a parar e a respirar. Lá em baixo o rio era um risco azul a cortar o verde dos os montes à volta. Nem o céu cinzento conseguia tirar a beleza da vista para lá do horizonte. Aquela estradinha era um mimo. Estreitinha e sinuosa, passeou-nos pela serra, desceu junto ao rio e subiu de novo. As motos eram muitas. Olhava para trás e via motos, olhava para a frente e via motos. Parecia um carreirinho de formigas verdes a serpentear por aquela paisagem.

Mais curvas até Barca de Alva e mais curvas até Figueira de Castelo Rodrigo, o passeio era um sem fim de curvas, de estradas sinuosas, de paisagens verdes. O pessoal fez o gostinho ao dedo, ao punho, ao pneu. Era curvar até ao limite, bom piso a convidar à vertigem até roçar com as malas no chão. No meio da Serra da Marofa parámos junto ao primo do Cristo-Rei, mais uma vista deslumbrante e umas águas para enganar o estômago. O tempo está a aguentar, entremeia sol com nuvens mas água só mesmo nas garrafitas. Está quase na hora do almoço e ainda temos uns 20 km até ao almoço. Parece pouco mas naquelas estraditas é “boé-da-longe”.

No Castelo de Pinhel um carrossel de ruinhas, estreitinhas, empedrado claro e por vezes nem isso, a convidar ao tombo, convite que alguns aceitaram e outros estiveram quase. Chegados ao almoço, numa adega cooperativa onde o vinho era escasso mas o pão era muito, o porco no espeto passeava em enormes travessas. A fome apertava, comia-se tudo seja lá como for.

Se a manhã foi pacífica, com o céu seco e muita adrenalina nas curvas, a tarde nem por isso. Para sobremesa prolongada, a chuva caiu sem parar. A estrada continuava sinuosa, o piso molhado, foi um passar de povoações num andamento vertiginoso, com pressa de ir andando. Vila Franca das Naves ficou para trás, em Celorico da Beira equilibramo-nos em mais uma ruas estreitas e empedradas, casas em pedra, muros em pedra. Apanhámos a estrada da beira com mais curvas largas que não puderam ser feitas a fundo pois a chuva não deixou.

Uns km à frente, o lanche acenava. A chuva deu-nos tréguas e parámos num excelente parque em S. Gião. O rio cantarolava, a lama ria-se dos aventureiros e a escada era de rampa. Escorregamos por ali abaixo.

Depois de 8 horas intermináveis, o dia de trabalho tinha acabado para mim. Estava com medo do dia seguinte, diziam que seria bem violento, já estava cansada e decidi apanhar uma boleia directa para Coimbra. Chega de chuva, chega de vertigem, quero ver o outro lado do Lés a Lés. Estrada da beira de novo rumo a Coimbra. Consegui ir dar em frente do Portugal dos Pequeninos e segui o road book até à chegada. Cheguei antes de todos.

Os voluntários do final da etapa olharam para mim com surpresa. A equipa zero ainda não tinha chegado. Aconteceu alguma coisa? Não, só fiz batota. Estacionada em frente ao palanque fiquei a mirar os preparativos para receber os participantes. Adivinhava-se o nervoso da chegada, o pessoal vestia os coletes da organização, alinhavam as grades, as meninas preparavam os sacos do protector solar, todos olhavam para o relógio. As pessoas passavam e perguntavam o que se ia passar, paravam a ver aquela azáfama, ficavam por ali.

Ao fundo da rua apareceu a equipa zero. Subiu ao palanque. Vinham cansados, molhados, desgrenhados mas sorridentes. Mal tiraram os capacetes cumprimentaram todos, abraçaram-se, com aquele brilho de missão cumprida, alegria da chegada e satisfação de dever cumprido. Estavam eufóricos, até aqui correu tudo bem, o Lés a Lés começa a chegar a qualquer momento.


As motos foram arrumadas, os voluntários posicionaram-se para indicar o estacionamento, a polícia estava a postos para parar o trânsito, a aparelhagem sonora foi ligada, o microfone testado. Depois daqueles km de reconhecimento, de distribuição dos alicates-pica-cartões, de ansiedade para saber o que se passava lá atrás, se a coluna de 900 motos vinha intacta sem percalços, aqueles resistentes preparavam-se para receber a comitiva.

E as motos começaram a chegar. Pouco a pouco, sozinhos, dois a dois ou em grupo, chegam motos, mais motos, o sol começa a descer, vêem-se faróis, muitos faróis, alinhados num corredor à espera de subir ao palanque. A organização dá as boas vindas a todos, entrevista todos, conhece todos, anima a rua. A equipa zero reveza-se para acarinhar os aventureiros, umas boas horas na recepção, num último esforço para acabar o dia em grande. Aquelas alminhas ficaram ali um bom par de horas, sempre a falar, a cumprimentar, a fazer as honras da casa, sujos e cansados.

O jantar estava à espera. Subi até à esplanada montada no exterior do estádio e fui presenteada com um arroz cru de feijão e uns bifinhos de porco no espeto. Pra variar. Só pensava que ainda tinha de ir até ao Hotel e já não tinha forças. Aterrei na cama. Dormi mal, aquele sono leve, leve, que se dá por tudo, que se ouve tudo, não sei se estou acordada se estou a sonhar.

2ª Etapa – A Prova de resistência
Partida de Coimbra. Cedo. Muito cedo. Ainda a dormir apresentámo-nos no palanque. Lá fomos para umas voltas à cidade. Pois é. Pensavam que Coimbra era uma cidade civilizada. Enganam-se. Tem ruas empedradas. Há pois tem! E vamos lá percorre-las para não perder a prática.

Saímos para o Portugal perdido, numa madrugada escura, a subir a serra, a dominar uma vista de sombras intermináveis, a ver uns farrapos de nevoeiro aqui e ali por entre os montes verdes escuros, com o frio a ameaçar o dia. O prognóstico era desanimador, esperava-se chuva para o dia todo.


E lá vamos nós, rumo a Alcabideque, onde a seguir à Torre procurámos o único pedaço de estrada que o presidente da junta se esqueceu de alcatroar. E era a subir, a subir, a subir e estava cheio de lama e chovia a potes. 500 metros a subir só para apanhar a estrada principal.


O sol nascia mas não era sobre nós. Talvez noutro país distante pois só víamos cinzento, água e mais água, o céu desabava, não se via nada só chuva e mais chuva, forte e pesada. Debaixo daquele dilúvio seguimos em direcção a Rabaçal, passámos pelo largo principal de Ansião, desta vez não é empedrado mas fazemos questão de passar pelas piores ruas que há pelo caminho. Rumo a Freixianda, acompanhados por um arco-íris completo, repleto de cores que não eram suficientes para dar alento à romaria da chuva, lá fomos em direcção a Ourém.


As nuvens eram negras, lá ao longe parecia que o céu estava a despontar, rodámos sempre em frente rumo ao sol que também rodava para longe de nós. A estrada não se via, a torrente de água não acabava.



Chegados a Ourém, a subida para o Castelo fazia-se por uma excelente estradinha, inclinada a 94 graus, piso empedrado (claro), com curvas em U e bem molhadinha daquela chuvada que teimava em não parar. Valeu-nos o café e os pastelinhos do pequeno-almoço. Se a subida foi difícil, estávamos com sorte pois a descida foi pior. Uma rampa em alcatrão, com cinco centímetros de largura, a descer a pique, com curvas em cotovelo, em W, em nó. Um pavor.



Estrada de novo para a continuação da prova de natação. Riachos, Golegã, Chamusca, Montargil, Mora, terras que passamos à pressa, em direcção aqueles tufos fofos e brancos que se viam lá ao longe no céu. Paragem para um cafezito e começam as apostas. Depois do menu de ontem, concentração em Brotas, porco no espeto outra vez!

Fomos enganados. Afinal o porco também fugiu da chuva. Depois daquela maratona esperava-nos um belo rancho, debaixo de uma enorme tenda às riscas que naquele momento pareceu um palacete, seco, sem água.

Barriga cheia, energias recuperadas, estrada com eles. A chuva deu tréguas, as planícies alentejanas estavam à espera. Rodámos punho para recuperar o atraso da manhã, o sol começou a aquecer e secou os fatos, ajudou o ritmo com que cruzámos as rectas intermináveis de asfalto direito, de horizonte direito, salpicado de sobreiros. Há que aproveitar a monotonia da estepe alentejana para descansar. Montemor-o-Novo, Alcáçovas, Grândola, terras acolhedoras, muita gente à beira da estrada, incrédula com tantas motos a passar, acenavam, as crianças pulavam, os aventureiros apitavam e cumprimentavam. A festa ia em direcção ao sul.



Agora é que é. Agora volta a excitação do piso difícil, os anunciados estradões. Uma auto-estrada de terra batida, em linha recta, poucos buracos, muito pó, meia dúzia de curvas. Tudo acelerava por ali fora, uns a medo, outros sem medo, motas trail, motos pesadas, vespas, side-cars, uns de pé, outros sem pé, o festim mais desejado e mais temido do percurso. Passámos por montes, por pares de casario, quem disse que o Alentejo é quase desabitado engana-se. A população estava toda na estrada, Só faltavam as colchas à janela para saudar a procissão das motos.


Depois de um pequeno lanche, numa povoação perdida na pradaria, seguiu-se a tradicional passagem do rio a vau. A malta toda contente. Aquilo até nem foi difícil, a altura da água era razoável, até se conseguiam ver os sapinhos. Estão-se a rir ….. então tomem lá …… Luta na lama. Um bocado de estrada bem pegajosa, fofa e gelatinosa, cheia de pocinhas para brincar. Programa para adultos com kit de unhas. As motos escorregavam, resvalavam, andavam de lado, atolavam, afogavam, passava um, caíam dez.




Em Odemira paragem para atestar. A fila era grande e também era grande a fila para dar um duche às motos e às botas, enlameadas até ao joelho, alguns enlameados até ao pescoço. Mas a adrenalina não acabou aqui. Vêem aí umas curvitas de cortar a respiração, serra de Monchique acima, serra abaixo, agora não chove, vingança na estrada. Curvas apertadas, orelha no chão até à civilização turística algarvia.


Paragem para cumprimentar o patrocinador, filinha para picar cartão, quem veio depressa perdeu a pressa, picava-se por número, compasso de espera para ordenar a caravana.


Num Algarve que já não existe, passagem por simpáticas terreolas, chegámos ao mar, um pôr-do-sol fantástico, uma estrada paralela à civilização e Sagres à vista.


Já anoiteceu mas era grande a iluminação do local de chegada, com tantos faróis de motos alinhadas para subir ao palanque e, finalmente, terminar a grande aventura. As apostas recomeçaram. Local descampado frente à fortaleza, ausência de infra estruturas para cozinhar, cá vem o porco no espeto, desta vez não me engano. Pois é, engano mesmo. Os tachos da feijoada estavam à espera.


Diziam as simpáticas senhoras – menina, olhe que o arroz já está frio. Mas se regar com o caldo da feijoada fica melhor. Aceitei a sugestão assim como o leite-creme da sobremesa. Naquela altura que se dane a dieta, preciso mesmo é de calorias. Depois de começar às 6:30H da manhã, fazer aquele ror de km, às 9 da noite já estava por tudo. E estava mesmo exausta, dormente, esfomeada e, sobretudo, feliz. Feliz por ter chegado ao fim, feliz por ter amigos que me apoiaram, feliz por ter vivido aquela aventura.


Esta é apenas uma pequena história do meu primeiro Lés-a-Lés. Há muitas mais histórias. Este ano são, certamente, cerca de mil histórias acontecidas ou testemunhadas por mil aventureiros. Cada um tem as suas histórias para contar, nas conversas de amigos, nos encontros, cada vez que se falar nesta epopeia. São essas experiências que alimentam as recordações dos que lá foram, do imaginário dos que nunca foram, da expectativa da próxima aventura, no próximo ano.











Moto rali Motards do Ocidente – Breve relato de uma principiante







Moto rali Motards do Ocidente – Breve relato de uma principiante

Deixo aqui um pequeno relato do moto rali organizado pelo Moto Clube “Motards do Ocidente” em 3 e 4 de Maio de 2008, o qual juntou três dezenas de participantes, amantes de passeios, cultura, aventura e ….. petisco.

Uma breve descrição dos locais visitados, das peripécias vividas e das … das … das … bom, é melhor lerem.



1ª Parte
(ao que parece a 2ª vai ser melhor)


Sábado:
Manhã solarenga, ponto de encontro no Castelo de Sesimbra, construído na época muçulmana e uma das edificações integrantes do “Plano de guerra defensivo” dos nossos tetravôs. Cumprimentos, distribuição de road books, à hora exacta, deu-se a partida. A primeira tarefa foi árdua (o controlador tinha desaparecido) mas valeu a visita ao Castelo. Descida à bela estação de veraneio, um rápido olhar pela fortaleza, parada pela marginal, subida em caracol apertadinho e rumo a Azeitão. Cheirámos as tortas ao longe, seguimos para Palmela. Estrada cheia de atarefados para as compras de fim-de-semana, o percurso possível naquela zona.

Subimos ao Castelo de Palmela, fortificação que remonta à romanização da península ibérica, situado num dos pontos mais altos da Serra da Arrábida … Bingo … desta vez encontrámos o controlador… Visita ao Castelo, resposta às perguntas e o primeiro jogo.

Descida até à Vila, direcção Azeitão e Colares, rotunda à esquerda rumo a “Barris” … de pólvora para mim, pois era maçarica em estradas de terra. O piso até era mais-ou-menos, cerca de 4 km em direcção à belíssima Serra da Arrábida, onde desembocámos naquelas estradas a dominar a fantástica vista, subimos até ao alto, respirámos imensidão, um sol magnífico a convidar para as praias lá em baixo. Mas não podia ser… passámos um controle secreto, que alguns não viram tal era a paisagem.

Até aqui eu andava meia perdida, a lutar contra os hieróglifos do road book, coisa difícil para uma principiante. Na dúvida, esperava pelo próximo participante para saber que lado virar. Eis senão quando aparecem os “lentinhos” e a simpática Catarina convida-me a juntar-me a eles. Estava formado o trio maravilha, liderado pelo Gil e religiosamente seguido pelas duas ladys motards.

Já com outro alento, demos a volta à Serra e descemos até ao mar para visitar as Ruínas do Creiro, uma fábrica romana de salga de peixe. Uns metros abaixo, na Praia do mesmo nome, esperava-nos o almocito. Mas esperem … calma lá … ainda têm de superar uma prova. Foi ver o pessoal a passear ovos crus, ardilosamente equilibrados em colheres seguras na boca – ai … ai … ri-te, ri-te e … chão! Penalização!

Após “degustar” a entrada, serviram a feijoada de choco, combustível necessário para dar gás …. à próxima etapa.

E vamos nós, pelo que resta da Serra da Arrábida, rumo a Setúbal, para desfrutar de um cruzeiro pelo Sado, em paquete de luxo. Saída em direcção à praia da Comporta (raios agora ficava aqui) e passeio pelo estuário do Sado. Visita ao cais palafítico, obra incrível de arquitectura popular, onde nos esperava mais uma prova. Todos têm de construir um puzzle, sentados num passadiço, por entre os barcos e as redes. Superada a prova, volta à estrada, mais uma vez de terra, direcção Sul. Rectas e mais rectas, bom piso, kms e rectas. Paragem noutra praia alentejana (quero ficar na praia), muito calor, outra prova à espera. Arranjei uma pendura de empréstimo (obrigada Sandra) para disputar uma corrida de chancas. Correu bem. Desta safei-me!

E agora, com o Destino à vista, debandámos mais para Sul, em direcção a Vila Nova de S. André. Gil e as Amazonas só pensavam num mergulho na piscina. Chegados ao local, ainda não é agora. Trocámos as duas rodas por quatro … mas 4 pequeninas. 4 rodinhas de um Kart, aquilo é que foi acelerar. Sem polícia, sem limites de velocidade, um fim de tarde a todo o gás!






2ª Parte
(ao que parece que a primeira foi ….)



Sábado à noite:
Tudo começou com um “Moscatel de Honra”. Eu quero com uma pedrinha de gelo, eu quero com duas, eu com três e a malta lá deu vazão ao moscatel. Entrada para o restaurante e Lady Penão, em traje de gala, ia fazendo as honras à casa …. Madames … Messieurs, sil-vu-plé ……

Bom, até aqui tudo bem. O jantar decorreu na normalidade que se esperava, o belo arroz de tamboril foi um ar que lhe deu e as sobremesas também … ai …. aquelas sobremesas ….

Eis senão quando …. Tivemos uma aparição ……o entretainer do Hotel entrou de rompante, a cantar, deu um olhar de convite e voltou rapidamente para o bar. Não foi preciso mais nada, a malta seguiu o convite, bem comportadinhos (claro, estava em jogo a ida ao BAR), lá fomos. O dito cujo estava cheio de hospedes, a ouvir aquele show man. Na sala contígua havia espaço. Pois então, sentados a ouvir canções do nosso tempo, os pezinhos começaram a aquecer. Mas a malta ainda não se tinha ambientado.

Conversa de motos, eu ia à frente, tu ias dando um terno, aquela curva, ai e tal, bebidas para a mesa mas os motores ainda frios. Que é aquilo? As ladys motards vão aonde? Surpresa, espanto, incrível, …. E não é que elas se colocam atrás daquele pequeno-grande artista, qual starlets, a dançar, mãozinhas para lá, pezinhos para cá, sorridentes, abriram o baile …. Correcção, abriram qualquer coisa parecida pois …. Não se podia dançar!!! ?????? (ordens da gerência).

O artista nem queria acreditar. Foi o início da apoteose. As palmas não paravam. Os motards assobiavam, gritavam, não se calavam. Um sucesso. Depois, bem depois, …… depois nem imaginam. Os motores aqueceram, enrolaram punho, e foi sem parar até entrar no red line. Nessa noite revelaram-se vários artistas.

Mais ladys promovidas a starlets e gentlemans a dar ao pé (mas quietinhos pois não se podia dançar). Só que a pressão era muita ……e de repente começou a versão motard dos “Idolos”.

Ele era ver o Olivença agarrado às maracas a seguir o compasso da música, o Lima a bambolear o pezinho, direita, esquerda, nasciam dançarinos às dezenas, o Mimoso (o Gil de Albufeira) dava aos bracitos, todos ao som do karaoke do Zé Rebelo que agarrado ao microfone sentia-se uma estrela. Cada vez que acabava uma música, chorava …. Quero mais!. A animação era tal que o Gil (homem do Norte, claro) voltou às origens e pediu …… os Patinhos …… sim, os patinhos! E o grande maestro da banda, concedeu-lhe o desejo. Patinhos a dançarr ….. e rabinho a dar a dar…. Piu –Piu …. Piu-Piu …. E lá dava com o rabinho, para um lado, para o outro, aquilo era contagioso, mais rabinhos a dar a dar, aquele pessoal das motos …. Inacreditável … rabinho a dar a dar …. (o Olivença também mas com as matracas).

Chegado à pressa da sala do snoker, Herr Krull pegou num instrumento musical (para acompanhar a banda) …. e qual máquina-bávara-potentíssima, …. estragou o objecto. Retirou-se cabisbaixo. Mas os amigos estavam lá, sim para dar o devido apoio. Começou uma colecta para reparar os estragos e a boina do entretainer encheu-se de solidariedade (o Vítor continuava agarrado às maracas).

Um casal de enamorados (tiveram de tirar o microfone ao Rebelo) dançava apaixonado. Veio o barmem que comunicou (uma vez mais) - não era permitido dançar. O Zé encorpou o seu papel de polícia e … não deixou mais ninguém dar ao pezinho. Assim que via um pequeno movimento lá corria ele para o criminoso …. Tsss tssss ….não…não ….

A noite acabou com os hospedes do hotel a fugirem para os quartos, o pessoal das motos (energúmenos) a dançar por todo o lado, um a tocar os tambores, outro a cantar karaoke, o Olivença (ainda) a tocar as maracas, o rabinho a dar a dar, a malta a bater palmas, todos em coro …. Uma da manhã … Eiiii … duas da …. Heiii … Heii… heiiii … prontos, estava na hora, fechou o bar.





Domingo:

Manhã de nevoeiro, avaria numa moto que o Pedronho dizia – é da junta! – qual junta? - junta tudo e deita fora … reboque a carregar a moto (tem de se manter a tradição, moto rali sem avaria não é rally, não é nada), lá partimos para a 2ª etapa. Penagirl dava a ordem de partida! Serra de S. Francisco, visita à Igreja paroquial, meia dúzia de curvitas e o belo do estradão. Motos a rolar, poeira, pedrinhas, o Gil lá conduzia pacientemente sus muchachas por aqueles “maus” caminhos.

Vegetação característica, ervinhas e florzinhas, pessoal a aprender botânica, é preciso apanhar “Urze”, mas que raio são “Estevas”, o Mimoso a subir um sobreiro para apanhar folhinhas. O Olivença passa por nós com saudades das maracas. Mais à frente um controlador esperava para mais uma prova. No meio do nada atirámos bolas ao alvo e respondemos à perguntinha da praxe. O Sérgio de olho no cumprimento das regras, estava em todo o lado.

Mais pó, mais TT, está tudo amarelo, ouve-se o Rebelo a cantar, ainda se imaginava no karaoke. Chegados a Abela, tudo em romaria até à Igreja. Segue-se o caminho de Santiago, uma estrada estreita, curvinhas e mais curvinhas, rectas alentejanas, paragem para uma perguntinha e treinar com a fisga. Descobre-se o início da paisagem alentejana, pradarias sem fim, sobreiros, calor, finalmente Santiago do Cacém. Subida íngreme, a 90 graus até ao Castelo, empedrado, a pedir a melhor perícia dos participantes. Estacionamento possível nos intervalos dos carros, domingo hora da missa, foi o que se arranjou.

Foto de grupo e ala para o restaurante onde nos esperava uma farta grelhada mista. Conversa de motos (claro), eu fui por ali, aquela subida, falhou-me o pé, dei-lhe gás, a moto até andou de lado, a dar a dar, piu-piu, piu-piu, peripécias à volta das febras.

Agradecimentos à organização (João, Patrícia e restantes organizadores, um muito obrigada pela simpatia), agradecimentos aos participantes (todos 5 estrelas) entregas de prémios e lembranças, boa viagem a todos. Voltámos para casa.







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moto rali motards ocidente

WresteMania – Crónica de uma mãe pasmada

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Eu já tinha reparado que a filhota vê algumas vezes combates de wrestling na SIC Radical. Nunca me preocupei pois quanto mais de proíbe, mais se desperta o desejo de fazer. O que nunca pensei foi que tinha de ir ver um destes espectáculos ao vivo e a cores. Pois é, lá rumei ao Pavilhão Atlântico, no sábado, pois a catraia não se calava e os bilhetes foram oferecidos.

Pasmo 1 – Três quartos da população presente eram crianças e adolescentes. Pai e Filho(a); Pai e um grupo de crianças que os outros pais lhe impingiram para não terem de aturar aquilo; grupos de adolescentes entusiasmados e saltitantes; adultos adeptos e, claro, aqui a je com a filhota.

Pasmo 2 – Aquilo estava à pinha. Respirava-se ansiedade no ar. As camisolas, tamanho de criança já estavam esgotadas. Ainda assim, venha de lá um small senão o pequenote não se cala. Um grupo de garotas atrás de mim sabia os nomes deles todos. Tecia comentários sobre quem iria ganhar, que aquele é boé da grande, o não-sei-quantos é muita fixe e ainda o não-sei-o-nome é boé da giro.

Pasmo 3 – Ao preciso minuto que era suposto começar, a saraivada de assobios era fenomenal. Esta malta não perdoa. É a geração Y no seu melhor!

E lá entraram uns lutadores com capas de circo, roupas fluorescentes que acabaram em calções, com marcas no rabo, tipo ferro de rancho do faroeste. E vai de chapada, murro, rasteiras, sobem às cordas do ringue, atiram-se uns aos outros, pontapé, golpes de acrobacia, caem de costas, o árbrito começa .. One… Two… e o gajo dá um pinote e começa de novo a pancadaria (ao three parece que é vitória).

Os combates começam com Ex campeões de WWE (o designativo da liga da pancadaria), lutadores já de segunda linha que vêem aquecer a malta. Perto de nós está um expert do desporto, não tem mais de 14 anos, que comenta os golpes do ringue.

Combates homem-homem, duos homem/mulher em cada equipa, Triple-Threat de seis lutadores em ringue, aos pares. Nestes combates de multidão, está um de cada vez a pontapear o adversário. Quando se fartam de enfardar, passam o testemunho ao parceiro de equipa que salta entusiasticamente para o centro e ….. revenge no adversário.

Claro está que aquilo é pró menino e prá menina … não podia faltar o combate das Divas na luta pelo título feminino. A (ainda humana) campeã Mickie contra a Ex-campeã Glamazon, como o nome indica uma matrona loiraça, pesada e furiosa. Mesmo ao estalo e ao puxão de cabelos as moçoilas conseguiam manter uma (relativa) sensualidade, mais que não fosse à custa do bocado de fio dental que teimava em espreitar da licra colada e fluorescente.

Também não faltou a provocação ao público, quando entrou OOOooooo Jay Beee Leeee … um cowboy urbano, América até à medula, que se pôs a insultar o público com comentários sobre Portugal e uma tentativa frustrada de cantar God Bless América. O tipo conseguiu. Conseguiu irritar o público de tal forma que a barulheira, assobios, gritos e vaias eram tantas e tão alto que mesmo com o microfone, não se ouviu patavina do que ele cantou. Fiquei pasmada!

Bom, o auge do espectáculo foi mesmo o último combate. Quatro lutadores da moda. Um monstro troglodita tatuado que dá pelo nome de Umaga, uma estátua grega bem trabalhada Campeão da WWE – Ra - ndy Or - tonnnn, um loiraço grande e musculado Ccchrissss Je – ri - choooo e o grande, genial, cabelo comprido, barba por fazer, gigante com eternidade de ginásio, Triiii - pleee EIDGGG (H), o ídolo da minha filhota (a miúda tem bom gosto, tem!)

Quatro mastodontes em palco … Oopsss, no ringue. Quatro fúrias em golpes fulminantes, posições acrobáticas, a aplicar golpes com nomes como "Spinebuster", “Pedigree”, "Codebreaker”, "Samoan Spike", "Knee Smash" ou o “mortal RKO”. Sim, porque estas coisas têm uma linguagem própria que descobri depois.


Mas desculpem-me os fãs do wrestling, com muito respeito pela modalidade e pelas preferências de cada um, mas o espectáculo … o espectáculo …. O espectáculo é mesmo o PÚBLICO.

Pasmo dos pasmos – O público! O público que reage a tudo. O público sabe bem quem são os maus e os bons da fita. O público que ovaciona os bons e vaia os maus. É ver os duelos de socos – o bom bate no mau e YEEEE, o mau bate no bom e UUHHHH. Depois até se pode fechar os olhos ….. YEEEE …. UUHHHH …. YEEEE … UUHHHH …. YEEEE … UUHHHH .. tá visto, soco para lá, soco para cá, num vai e vem de bordoada.

O público que não deixa o coitadinho cantar o god bless américa e quando o gajinho leva na corneta canta o hino nacional a todo o vapor. Nem no Europeu de futebol o hino foi cantado com tanta alma.

O público que vibra com os golpes, que sofre com o miserável que rasteja teatralmente e tenta esticar a mão para passar o testemunho ao comparsa de cacetada depois de arrochar como um rei. O público que pula ao ritmo dos saltos acrobáticos, que ri até às lágrimas com os boquiabertos derrotados (os maus) e que aplaude até à exaustão os bons que perdem.

O público que ferve de despeito com aquele que dá uma mocada à traição, não era a vez dele, está a desvirtuar o combate. O público que ri até doer quando o mau leva um piparote e voa até fora do ringue. O público que sofre com o lutador que ofega dramaticamente depois de levar um belo dum murro ou se entusiasma com o artista que faz uma expressão teatral de regozijo quando prega com o adversário de costas no chão. O público faz o espectáculo!

Mas afinal, este público é a geração do amanhã.

E agora? Será que este espectáculo possa ser classificado como um show de violência? Não sei. Sinceramente não sei. Só sei que fiquei pasmada. Não vi sangue a escorrer, não se partiram braços nem pernas, os lutadores saíram todos pelo seu pé e percebi que aquela pancadaria toda tinha as suas regras. Será uma versão século XXI do boxe? Com um bocadinho de teatro à mistura? Ainda não consegui digerir e acabar com uma opinião sobre eventuais benefícios ou malefícios do wrestling para os jovens, que eram a grande massa de espectadores.

Ou seja, acabei por me divertir.



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Jantar de Natal na Cúria – Pequeno relato para a posteridade
Dezembro 2008
9H, toca o tlm – Olha, estou um bocado atrasado ….- Ok, então às 10H lá…10H estava lá e… nada! … toca o tlm – Estou a sair…Bom, às 11H partimos. Um sol fantástico e um frio espectacular. Viagem calma, atravessando o congelador de Torres e os glaciares de Alcobaça. Chegada a Leiria, lá estava o Vítor Alexandre - Paulinha, paulinha, o encontro era às 10H aqui ….- Mas eu estava lá às 10 …..(alguém ficou sem relógio hoje)

Mal-entendido resolvido, combinámos oferecer um relógio ao Tozé. As minhas mãos continuavam, congeladas. Entrei no stand à procura do cafezito …. Cevada???? Logo alguém com a sabedoria da idade me apresentou uma bela pomada …. Com as mãos ainda a tremer bebi aquele néctar dos deuses … e o milagre aconteceu! Consegui ter mãos!! Agora já estou pronta para continuar.

Estrada fora, lá fomos até à Mealhada. Entrada no Típico restaurante, o Vítor cumprimenta os donos (quem é que ele não conhece???). Mesa reservada à espera, bem localizada perto da lareira. Óptimo, assim além de mexer as mãos também vou conseguir mexer os talheres…Eis senão quando ….. afinal o restaurante é frequentado por gente de sangue “azul”. A famosa Criolina (também conhecida por Carolina) entra acompanhada pelos seguranças. Sentou-se perto e não tirou os olhos de tão garbosos Motards (o que ela queria sei eu!). Claro que a conversa girou em torno da literatura e da dialéctica legal sobre como Salgar os Pintos ….

Meia dúzia de Kms até à Cúria e não fomos os primeiros a chegar. O nosso Organizador já lá estava, de lista na mão, pronto para picar as presenças. Tal é o esforço de organização que foi necessário levar o Kinder-TIR para caber toda a logística das listas actualizadas de participantes.Cumprimenta, check-in, chega mais um, ouvem-se barulhos de motos, chega mais outro, cumprimentos, olha quem ele é, mais uma moto e mais outra, e ainda mais, o pessoal chegava. O Vítor teve direito a quarto com varanda e vista para o jardim. Pudera, quem sabe, sabe! E com a imponência da realeza, assomou à dita cuja para ver o povo a chegar.

Seguiu-se uma breve visita à loja Hermés Chag Shui para comprar o presente de Natal e a Valise (caríssima) que iria guardar os preciosos cupões do sorteio dos presentes. Alguns convivas aproveitaram para fazer umas comprinhas e reformular o guarda-roupa …Claro, está, que uma visita pelo Parque tinha de ser.

E a tarde correu rápido. Convívio, conversa, conhecer pessoalmente pessoas das quais só se sabe o nome, nunca mais são oito e meia. Já comia qualquer coisa.

Finalmente é permitido entrar na sala de jantar. O Organizador controlava a porta, escrevia uns bilhetinhos misteriosos que colocava na Valise. Nome, prenda tem? … Nome, prendinha comprou? Aquilo é que era controle. Não pode ser, só recebe quem trouxe prendinha. Estava lá escrito no site!!!

O jantar começou. A fome aperta e o pão desaparece. Por entre as conversas circulava o Bacalhau, a pinga acompanhava, o pato também sumiu. Chegou a hora crítica …. O Pai Natal, disfarçado de Organizador, inicia o discurso. Ele eram livros, ferramentas, barretes, motos, postais, canecas, enfim, tudo se oferecia, a espelhar a criatividade dos convivas. Todos se divertiram e no fim….. alguns ganharam uns prémios chorudos ….. pois, quando os bilhetinhos misteriosos voltaram à Valise … saíram de novo com mais novidades. Até houve uma potencial compra transformada em prenda …. Viva a Kapital do Mundo !!!!

De barriga cheia, abraçados aos presentes, o pessoal lá se arrastou até ao bar para continuar a noite e pôr a conversa em dia. Foram subindo pouco a pouco até aos quartos para sonhar com o passeio do dia seguinte e, claro, do anunciado almoço, cuja localização nem de GPS lá se chegava.

Domingo de manhã, despertar cedo. O percurso não era longo mas as paisagens mereciam um passeio calmo. Curiosamente, estavam também hospedados no Hotel o grande tenor intergaláctico, Pablo Olivieri Caruso e a grande pianista internacional LaKota. Ao verem tão digníssima Comunidade decidiram dar um concerto matinal, um género de balada grunhida, um musical para engasgar o mais afoito.

Posto isto, a malta fugiu para as motos, motores a trabalhar, vamos mas é para o sossego do campo, andar de moto e fazer curvas. Uma paragem no Buçaco (mais longa que o esperado - mas esta parte vem depois). Segue-se uma viagem relaxante até ao Caramulo, paragem para as fotos, vamos lá continuar senão a vitela arrefece.Após umas curvinhas de abrir o apetite, a estrada transformou-se em caminho …. Então que é isto? Lés-a-Lés antecipado? Um caminho estreito entre muros de pedra em direcção a uma casa perdida na paisagem, no fim do mundo o almoço esperava. Terreiro largo, estacionam-se as motos, estacionam-se alguns no chão. Pequeno trajecto a pé até um terraço onde aguardava uma mesa cheia de acepipes. O pessoal atacou os pastelinhos, o presunto, os queijinhos, está na hora de acalmar o estômago depois de tantas curvas. Agora as curvas são para chegar aos pratinhos, ao branquinho. Aquela panela cheia de arroz de vinha de alhos. E que fumegava bem. Que cheirinho …O ataque foi fulminante. Pratos na mão, caldo de arroz com carne quentinho, as conversas diminuíram. A quantidade era demais. Depois de todos servidos, o panelão ainda estava a meio. A mastigar calmamente alguém comentava ….. E ainda vem a vitela ….. O quê ???? …. Dei comigo a segurar um prato ainda a meio, já com o estômago cheio. Não pode ser …. Mas era!!!Era mesmo o sinal para entrarmos no restaurante.

Sentados às mesas assistimos ao desfilar da vitela. Tabuleiros de carne fumegante … batatinhas assadas … arroz … salada … tudo … muito … cheio … demais. A conversa acompanhou o repasto, enche o prato, mastiga, pausa para conversar, enche de novo o prato, blá, blá, blá, vou só comer mais um bocadinho, os tabuleiros não paravam de chegar.E o convívio lá decorreu, calmamente

Finalmente a vitela cansou-se de correr por entre as mesas. Mas a faina ainda estava a meio. Apareceram umas sobremesas gulosas, fruta, docinhos, acompanhadas de cafezitos, digestivos, era só coisas boas a passarem por ali. Já não dava mais. Começa a debandada para fora do restaurante, vamos fugir à tentação de rebentar a comer. Mas ainda faltam os discursos. Obrigada a todos pela presença, obrigada à organização, obrigada ao mentor deste local perdido nos confins de Portugal.E como profundo agradecimento por tão espectacular fim-de-semana, o grande Organizador foi presenteado ….

O outro lado da História – Homenagem ao espírito motociclista

Domingo de manhã, preparada para rolar. Capacete, luvas, moto a trabalhar, tudo pronto. Alguém chega e diz – Tens o pneu traseiro em baixo …????? Saio da moto e espreito – Raios, está mesmo em baixo. E não foi apenas perda de ar …. Que diabo ….. querem ver … Tenho um furo??? Um furo ??? Sim, é confirmado por mais pessoas que vêm ver.E agora? Estou confusa, sinto-me impotente. Nunca tive um furo, nem mesmo uma avaria. Só estou habituada a ter quedas ou acidentes. Coisas graves. Um furo, tão simples como isso e sinto-me impotente. Alguém, rapidamente, põe a moto no descanso central. O pneu é mirado com atenção por vários companheiros de estrada. Não se encontra nada.- Tenho uma bomba que se liga ao isqueiro da moto. Queres tentar encher o pneu?- Isto com espuma resolve-se. Já fiz muitos Kms com ela. Vamos a uma estação de serviço e resolve-se…

O tempo foge. Já todos têm as motos a trabalhar, estão prontos para o passeio de Domingo. A partida começa a estar atrasada. O Grupo é grande e qualquer atraso pode comprometer o dia. Mas continuavam ali, a tentar encontrar uma solução. Não sei o que fazer.

Há um tipo enorme que diz – Vens atrás de mim até à bomba ali em baixo. Vá anda …. Pedro, vão seguindo que nós já nos encontramos no Buçaco. Não o conheço, não estava no jantar ontem. O Pedro concorda. As motos já se alinhavam para a partida. Arrancamos, passamos por todos e seguimos. A moto estava pesada, as curvas derrapavam, eu ia meia atordoada. Lá segui aquela moto, aquele tipo que percebi tratarem por Paulão. Conhecia de nome, um dos nomes desconhecidos que navegam neste fórum. Chegámos à bomba, comprei a espuma. O Paulão, com dois dedos, pôs a moto no descanso central, injectou a espuma, deu ar ao pneu. Enquanto isto, trocamos umas palavras, perguntas de ignorante nestes assuntos, respostas de conhecedor de situações de apuros. Não te preocupes, já me aconteceu muitas vezes. Agora é seguir viagem. Estrada de novo e a moto parecia outra. Mais alta. Deu-me uma confiança relativa. Será que isto resulta? Seguia atrás dele, meia receosa, meia contente.

Logo a seguir ao Luso a moto ficou pesada de novo. Parei numa bomba. Pneu em baixo outra vez. Não te preocupes, dizia o Paulão, não gastei a lata toda. Vamos por o resto da espuma. De novo injectar a dita e eis que …. A espuma começa a sair pela válvula. E agora? Agora, talvez seja folga da válvula - diz ele. Vou ligar ao João que ele é mecânico. Telefonema feito e vamos para o sol esperar, pois o frio era muito. Eu tremia não só do frio mas também da frustração. O tempo passava e eu via o meu Domingo a acabar. Nem meia hora depois chegaram duas motos. O João Vaz e o Rui Batista. Então rapariga, isso não se resolve?

Uma rápida vista de olhos e o João dá o veredicto – Isto só tirando o pneu. Não temos ferramenta. Não vai dar. E agora? Agora, nada a fazer. Bem, o melhor é aproveitares o dia. Vais à pendura e ainda almoças. Mais tarde resolves o que fazer. Voltámos de novo para o Hotel para estacionar a moto. Sempre era mais seguro que ficar ali. Já muito atrasados, voltámos à estrada, bem rápido, para chegar a tempo do almoço. À pendura do Rui Batista eu olhava para aqueles motociclistas que tinham deixado o Grupo para me apoiarem.

Só me vinha ao pensamento a ideia de – Espírito Motociclista. Aquele espírito de entreajuda, que nos faz parar quando vemos um companheiro avariado mesmo sem o conhecer. Coisa que não acontece com os automobilistas. Será que os motociclistas são pessoas diferentes? Será que a paixão pelas motos é sinónimo de uma forma de estar na vida? Companheirismo, entreajuda, solidariedade. Há milhões de pessoas solidárias por este mundo fora com diferentes paixões. Mas o que é certo é que todos os motociclistas verdadeiros o são!

De certeza já muitos experimentaram a sensação de ter alguém a ajudar. Sabe bem. É bom ser motociclista e partilhar do companheirismo que todos os automobilistas falam mas que, muitas das vezes, não praticam. É bom pertencer a este mundo que muitos não entendem, conduzir estes veículos de duas rodas que muitos acham perigoso, sentir esta liberdade, ter esta paixão. E sobretudo, ter um universo de amigos, conhecidos e desconhecidos que, sem duvida, estão lá quando precisamos, pois todos os motociclistas partilham deste espírito fantástico – o espírito motociclista!



NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA – É QUASE NATAL

Segundo informações do nosso enviado especial, o caos instalou-se nas celebrações natalícias.

Os bacalhaus agendaram uma manifestação de protesto contra a tradição portuga da devastação do fiel amigo. Querem a livre circulação de todos os seus conterrâneos marinhos à mesa dos portugueses.

Os perus foram vistos em concentração em prol da defesa das aves faisanídeas e galináceas, a favor da eleição de white castle como digno representante da classe. Recusam-se a estar presentes na assemble-ceia de 2006 e exibem cartazes “Glu por todos, todos por glu-glu”.

Foi decretado o boicote geral às travessas, tabuleiros, consoadas, cozidos e assados.

Sabe-se que as batatas já aderiram e as couves estão solidárias. Os azeites estão reunidos e espera-se um comunicado oficial em breve. Os alhos renegaram qualquer identificação com a ideologia opressiva do bacalhau quer alho.

A revolução alastrou ao país dos brinquedos. As renas decidiram ir surfar para o hawai, os reis magos estão de greve e, finalmente, o Pai Natal foi apanhado em excesso de velocidade, montado num trenó GT4 Tunning, a cantar o Bacalhau do Quim Barreiros a plenos pulmões.

Bom, parece que neste natal a ceia está comprometida. Mas sobra sempre a família, as nossas queridas baimedabliuus (e demais máquinas) e a amizade em torno das 2 rodas.

Concentração Seita TT - Oliveira do Hospital - Jul 2005


Mais uma vez se juntou um grupo de aventureiros e amantes destes eventos para visitarem uma bonita região do nosso país e confraternizarem com os amigos de Oliveira do Hospital.



Sexta-feira, encontro marcado para as 8:30H na sede do MCL. Lá estávamos quase todos …… à espera de alguém. Às 9:30H decidiu-se – vamos embora! Sai a caravana, uns aceleram, outros não, uns pela nacional, outros pela A1, perderam-se todos!!?

Em Santarém juntou-se o Veiga, em Pombal juntou-se o Vergastas, em Coimbra encontrámos o Pipi. Finalmente juntos, o destino era a casa do Pipi onde nos foi oferecido um excelente churrasco.

Chegámos ao fantástico local da concentração, à beira rio. Após o difícil trabalho de montar as tendas começámos nas minis. A tarde decorreu pacificamente. Minis, veste fato de banho, minis, vamos à água, minis, jantar e fado, minis, bailarico, grade de minis!

Sábado encontro matinal com a ginjinha. Abateram-se duas garrafitas. Ao almoço recebemos a visita de um belo tintinho. De tarde ………. ÁGUA ??????? Alguns membros da excursão foram fazer um cruzeiro pelo rio mas o barco era frágil e os marinheiros foram à água.

Ao jantar começaram as inscrições para o moto clube da vinícula. O bailarico foi concorrido, divertido e de tal forma o pessoal do MCL estava integrado no espírito da região que liderou a dança, arrastando a população numa coreografia digna de um prémio MTV.

Durante a noite houve visitas ao rio, conversas com o gregório, fado à desgarrada e pedidos de roupa interior para quem estava como nasceu. Uma noite inesquecível !!!

O Domingo foi difícil de acordar mas a malta aguenta. O passeio foi interessante, o almoço delicioso, o MCL recebeu o 3º prémio de inscrições. Desmontar o acampamento, despedidas dos simpáticos morcões que nos acompanharam durante o fim-de-semana, vamos à estrada.

E foi assim mais uma representação de simpatia, companheirismo e divertimento que os membros do MCL espalham por onde quer que se desloquem. Como participante desta magnifica concentração quero agradecer a todos os companheiros de estrada pelo espírito de união presente em todas as ocasiões, pelo civismo e respeito com que representam o “matreco” do nosso clube



Nov 2004 - Relato de uma Viagem à Figueira da Foz


SEXTA-FEIRA, 26/11/2004


Alguém marcou a partida às 8 H da matina na sede do clube. Pois é, de manhã é que começa o dia. Para alguns …….Após uma hora e meia de espera (sim, porque os VIPs chegam sempre atrasados! Mas tivemos sorte porque ele fez barba ontem, senão …..) lá arrancámos para a bela cidade da Figueira.

Prego a fundo, mete a primeira, mete segunda (estamos na Cril), terceira a abrir (A8 é nossa!), quarta no red line – pausa para um break. Cafezito, cigarrito e …. chá de limão. Vamos lá embora pessoal. Oh pipi vê lá se me apanhas!!!

Chegámos! Finalmente! 200 Km em 4,5 Horas. Isto é que é velocidade!!!!
E uma grande cidade. Grande. Tão grande que foram necessárias muitas voltas, circulares (conhecemos minuciosamente dois quarteirões), até alguém se lembrar de perguntar o caminho para a pensão.

Pensão Belavista. Senhora à porta com ar desconfiado. Apresentações. São os meninos que telefonaram? Quantos são? Bem, reservei um andar só pra vocês! Então iniciámos a subida, árdua, lenta, devagarinho até à penthouse. Quartos com banho (e sem), águas quente e frias, TV e camas resistentes ao salto em comprimento! Oh menino, adivinhe lá que idade eu tenho? – pergunta a nossa simpática anfitriã. Bom, (diz o moço coçando o bigode) 60 anos? …… não? ……. 70????? Nãooooo?????? Oh menino, que simpático. Dê cá dois beijinhos. Tenho 87 aninhos. ……..(Upppps).

Vamos lá a despachar. Temos de ir prá exposição. Montámos o estaminé, pendurou-se a bandeira do MCL (além de que também tivemos de pregar as tábuas, os suportes, os quadros, o pano e pregámos com uma BM no nosso distinto espaço, facto que “inchou” o respectivo proprietário). UFFFF, tou farto de trabalhar. Já comia qualquer coisa.
Bora almoçar.

Primeiro restaurante à vista cheio de bandeiras do Sporting.

– Eu não entro ali !! Recuso-me a comer num sítio destes !!!!!!!

Bom, visita turística à Figueira. Depois de vários restaurantes finos e tascas malcheirosas, acabámos no restaurante …………… do Sporting. Empregada loura e antipática. Monossílabos e má vontade. Dez minutos depois já mostrava um sorriso. Vinte minutos e rondava a nossa mesa. Trinta minutos depois prometeu que nos ia visitar à exposição. AH, o que fazem os matrecos !!!!!!!??

- Fabuloso, … esta sopa está divina! (quem é que disse que não entrava aqui?)

Ordem do dia – Ninguém se embebeda ao almoço!
A comida estava boa. O branquinho à pressão escorria fresquinho pelas goelas cansadas da looooonga viagem e do “excesso” de trabalho. Ora bolas, não se pode fumar aqui. Bem, a loura diz que podemos ir fumar para o corredor. Só que o balcão estava no caminho e….. tivemos de parar – o São Domingos chamava-nos!!! E vai um, …… outro, …… (não se embebedem já ao almoço), …. e mais um por conta da casa.

Vamos lá trabalhar um bocado … (trabalhar ????? neste estado ?????)
Pavilhão da exposição – conseguimos espalhar o merchandising pela bancada. Ainda bem que trouxemos a garrafita!!! Não é para beber toda hoje, senão amanhã temos de comprar outra (!!! ???)
Deu-se início ao campeonato de raters (humanos). Que estoiro!! (que fedor).
Apareceu o Manivelas. Ofereceu-nos um presente. O Prof. Pardal não conhece. Prova, vais ficar a conhecer o Manivelas (pró resto da vida)! Quem não conhece não percebe nada do mundo das motos!

Aghhhhh ……. Ohhhhh ……. Água, água ……..

E a tarde lá passou, com mais concorrentes ao troféu de RATERS, o Prof agarrado à garrafita da água, alguns visitantes na exposição ……..
Jantar – Encontrámos o Tó Manel. O fundador juntou-se ao pessoal. (bom filho à casa volta). Mariscada. Chegou o Veiga e o Nuno. Toca o telemóvel. Toca outra vez o tlm. E mais uma…….. èpa este gajo não larga o tlm, parece um call center. Chegaram os Rochinhas e a 1ª dama. Vamos prá nigth !

A noite foi dura! Pitinhas, canecos, música, pitinhas e mais canecos. Venham as pitinhas que EU RIPO DO NABO E …. TUMBA!

Ás 7 (sete) da manhã o pipi encomendou o room service. Todos tiveram direito a acordar.

SÁBADO, 27/11/2004

Mais exposição. Chegaram os participantes no passeio MCL. A malta aderiu em força. Veio o Pégaso, o Zé da Lena e a Lena do Zé!. ……..(sem comentários). Mais tarde apareceu o Cerejo.

Almoço no ………...restaurante do Sporting. Free Trial de tarde. Alguns bravos do team MCL despediram-se da família e dos amigos e colaboraram voluntariamente (???????) no espectáculo (gandas malucos, esticados no chão com as motos a passarem por cima). HERÓIS!!!!!
(Informamos que o call center continuava a facturar!)
Acabou o show das motos com os pilotos a queimarem os pneus. Mas a malta não se fica atrás!!!! Voltámos para a nossa banquinha e …… vai de raters. Agora com (ainda) mais concorrentes. O MCL não Pára !!!!!

A direcção foi para o Casino (Gente coisa é outra fina).
Jantar ………. no restaurante do costume! E vamos prá nigth! Bem, motards sem strip tease não são motards! E vamos pró strip. Bom, strip é ……….. strip. MAS não é motivo para parar um call center !!!!!!! Voltámos ao bar no centro. Chegámos tarde. As gajas estavam a sair. O pipi saltitava atrás delas. O Prof. Pardal corria atrás do pipi (e das gajas). O Vinil é que está a dar. Bora Lá! De volta para a pensão. O quarto do Cerejo tem uma arca a barrar a porta.
Às sete da manhã (pra variar) o pipi acordou a malta toda.
A arca voltou a estacionar à porta do Cerejo.

DOMINGO, 28/11/2004

Tempo cinzento. Chove! A malta vai acordando. Abrem-se as portas dos quartos. Ainda cheira a álcool. E a outras coisas (puffff). E a outras também! A arca tem pés!
De novo para a exposição. Chove. Vamos levantar ferro. Arruma-se tudo. As motos e os carros de apoio rumam à estrada. O rochinha lidera o cortejo. Paramos para almoçar.
Boa, vamos ao leitão! Comemos o leitão e……. o leitão comeu-nos a carteira.
Volta prá estrada.
A8 ou A1?
A8 !!! ……..
Não, é melhor A1!!!
A1 ou A8 ?????
Bem, conseguimos chegar a Lisboa.