O Reino Perdido no Tempo – Myanmar (2016)

OUT 2016

Um país esquecido, de florestas virgens, templos fantásticos e pessoas sorridentes. Isolado durante muitos anos, começa a abrir-se ao Mundo. Mas é o Mundo que se fascina com Myanmar, a sua simplicidade e beleza, a humildade das gentes, a surpresa de um país onde o tempo parou.

WELCOME TO IRAN (2015)

É como começam todas as conversas. A seguir perguntam de onde sou. Portugal, respondo. Com um sorriso aberto declamam uma lista de nomes de treinadores e jogadores de futebol. Portugal “good country” exclamam. 
Olham-me com curiosidade e perguntam pelos meus amigos. Quando percebem que estou sozinha ficam admirados. Falam entre eles e acenam para mim com ar de respeito. Welcome to Iran.


TURQUIA (2014)


Apenas duas semanas de férias e um destino a 5.000 km de distância. Rolar até lá demora 6 dias para cada lado e queimo as férias. Solução? Apanhar um avião e alugar uma moto.
A vida é feita de escolhas e as viagens também. Num país 8 vezes maior que Portugal há que optar por uma região. Escolhi a costa mediterrânica do Sul e a Anatólia Central, numa rota com cheiro a Otomano que consigo fazer em duas semanas.

No Reino do Dragão - Himalaias 2013


Duas semanas a viajar pelos Himalaias. Paisagens fantásticas, templos coloridos, uma sociedade diferente. Uma viagem que não foi apenas andar de moto. Teve uma componente cultural e de aprendizagem muito forte.


Marrocos - Na Terra do Sol Poente (2012)


Viagem a solo por Marrocos, entre 22 Abril e 3 Maio de 2012. 
Uma aventura fantástica, uma terra de gente hospitaleira, uma viagem que me surpreendeu. 






Milhas ao Contrário - Escócia e Ilha de Man (2011)

É estranho que a viagem que eu sempre quis fazer acabou sempre para segundo plano. Aparecia sempre um desafio irrecusável. Outras andanças por África e pela Ásia e a Europa a ficar para trás. Agora com a turbulência das religiões, anda tudo às avessas … e eu ando finalmente a direito. Direitinha à Escócia, vou descobrir as paisagens fabulosas que já me cansei de ver na Internet.
É desta que lá vou.  

Touratech Travel Event – A tertúlia dos Viajantes

Setembro 2010


Sentei-me na esplanada, uma folha em branco e uma caneta. Vai fazer a reportagem, dizem os meus Amigos. Brincam comigo, dizem cuidado que ela reporta tudo, porta-te bem senão estás na crónica. Tenho um sorriso divertido, olho para eles, para a folha em branco e lentamente deixo de os ouvir. Têm razão, apetece-me escrever, registar este bom momento.


Fiesta Brava…. Pedaços de uma Viagem … - Espanha (2010)

Espanha, Agosto 2010

Aqui partilho o relato de uma viagem pelo Sul de Espanha, paisagens e locais de Castilla La Mancha e Andalucia e um destino diferente: La Tomatina.
Esta viagem estava na gaveta há anos. E os desejos não são para ficar pendurados. Há coisas que sempre tivemos vontade de fazer. Quando o universo se conjuga para nos dar a oportunidade … temos de aproveitar …
A vida é tão curta!

Sardinhada CKLT 2009


Em 27 e 28 de Junho de 2009 realizou-se o 1º Festival da Sardinha, organizado pela empresa ACRB - Eventos Mal Organizados, S.A para os membros da Comunidade BMWCKLT. Durante o fim-de-semana estivemos acampados à beira do rio Ceira, acompanhados por muita sardinha e boa disposição.

Aqui fica a história de um acampamento …. em brasa.

Nota: As fotos comentadas são da autoria e foram cedidas pelo fotógrafo de serviço, Mister António Caldeira. Obrigada Mustafá.




Estrada das Especiarias - India (2010)


Estamos em Janeiro e os preparativos vão avançados. Já escolhemos o percurso. Vão ser cerca de 2.000 km por estradas secundárias e algumas pistas rolantes, em 14 dias a viajar e dois dias de descanso. Estimamos uma velocidade média de 60km/h pois parece que as estradas são caminhos e os camiões às centenas.

Diário até Bissau (2009)


Está definido o itinerário, 6.500 km já planeados, dia-a-dia.
Até Marraquesh não há novidade, já lá estive e faz-se bem. Daí para baixo, depois de passar o Anti-Atlas é que começa a verdadeira aventura, já são paisagens desconhecidas e muitos km seguidos de pista sem fim.
Depois de Marraquesh são mais de 600 km até Tan-Tan Plage e muitos, muitos mais para Dahkla, por uma estrada que já vi chamarem de “route de l'espoir”, um troço que parece mais difícil, no Sahara Ocidental, um dia para percorrer 850 km de asfalto e zonas com areia com vento forte. Ao chegar à Mauritânia vamos ter o nosso 1º dia de descanso e daí para baixo são percursos menores. Está previsto chegar em 10 dias a Dakar e mais 4 até Bissau.

Um total de 11 etapas, dois dias de descanso e 6 passagens de fronteira.

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Moto Rali de Góis - Uma dura batalha


Julho 2008


Cerca de três dezenas de aventureiros aderiram ao Moto Rali de Góis, realizado nos dias 5 e 6 de Julho de 2008, sob o lema “Napoleão da Boa Parte”. Aqui fica a história da participação na batalha do Bussaco, armados com duas rodas e muito boa disposição.


Sobrevivi ao meu primeiro Lés-a-Lés (2008)



Um pequeno relato da edição 2008 do Portugal Lés-a-Lés, realizada entre 22 e 24 de Maio, entre Bragança e Sagres e na qual participei pela primeira vez.

Moto rali Motards do Ocidente – Breve relato de uma principiante







Moto rali Motards do Ocidente – Breve relato de uma principiante

Deixo aqui um pequeno relato do moto rali organizado pelo Moto Clube “Motards do Ocidente” em 3 e 4 de Maio de 2008, o qual juntou três dezenas de participantes, amantes de passeios, cultura, aventura e ….. petisco.

Uma breve descrição dos locais visitados, das peripécias vividas e das … das … das … bom, é melhor lerem.



1ª Parte
(ao que parece a 2ª vai ser melhor)


Sábado:
Manhã solarenga, ponto de encontro no Castelo de Sesimbra, construído na época muçulmana e uma das edificações integrantes do “Plano de guerra defensivo” dos nossos tetravôs. Cumprimentos, distribuição de road books, à hora exacta, deu-se a partida. A primeira tarefa foi árdua (o controlador tinha desaparecido) mas valeu a visita ao Castelo. Descida à bela estação de veraneio, um rápido olhar pela fortaleza, parada pela marginal, subida em caracol apertadinho e rumo a Azeitão. Cheirámos as tortas ao longe, seguimos para Palmela. Estrada cheia de atarefados para as compras de fim-de-semana, o percurso possível naquela zona.

Subimos ao Castelo de Palmela, fortificação que remonta à romanização da península ibérica, situado num dos pontos mais altos da Serra da Arrábida … Bingo … desta vez encontrámos o controlador… Visita ao Castelo, resposta às perguntas e o primeiro jogo.

Descida até à Vila, direcção Azeitão e Colares, rotunda à esquerda rumo a “Barris” … de pólvora para mim, pois era maçarica em estradas de terra. O piso até era mais-ou-menos, cerca de 4 km em direcção à belíssima Serra da Arrábida, onde desembocámos naquelas estradas a dominar a fantástica vista, subimos até ao alto, respirámos imensidão, um sol magnífico a convidar para as praias lá em baixo. Mas não podia ser… passámos um controle secreto, que alguns não viram tal era a paisagem.

Até aqui eu andava meia perdida, a lutar contra os hieróglifos do road book, coisa difícil para uma principiante. Na dúvida, esperava pelo próximo participante para saber que lado virar. Eis senão quando aparecem os “lentinhos” e a simpática Catarina convida-me a juntar-me a eles. Estava formado o trio maravilha, liderado pelo Gil e religiosamente seguido pelas duas ladys motards.

Já com outro alento, demos a volta à Serra e descemos até ao mar para visitar as Ruínas do Creiro, uma fábrica romana de salga de peixe. Uns metros abaixo, na Praia do mesmo nome, esperava-nos o almocito. Mas esperem … calma lá … ainda têm de superar uma prova. Foi ver o pessoal a passear ovos crus, ardilosamente equilibrados em colheres seguras na boca – ai … ai … ri-te, ri-te e … chão! Penalização!

Após “degustar” a entrada, serviram a feijoada de choco, combustível necessário para dar gás …. à próxima etapa.

E vamos nós, pelo que resta da Serra da Arrábida, rumo a Setúbal, para desfrutar de um cruzeiro pelo Sado, em paquete de luxo. Saída em direcção à praia da Comporta (raios agora ficava aqui) e passeio pelo estuário do Sado. Visita ao cais palafítico, obra incrível de arquitectura popular, onde nos esperava mais uma prova. Todos têm de construir um puzzle, sentados num passadiço, por entre os barcos e as redes. Superada a prova, volta à estrada, mais uma vez de terra, direcção Sul. Rectas e mais rectas, bom piso, kms e rectas. Paragem noutra praia alentejana (quero ficar na praia), muito calor, outra prova à espera. Arranjei uma pendura de empréstimo (obrigada Sandra) para disputar uma corrida de chancas. Correu bem. Desta safei-me!

E agora, com o Destino à vista, debandámos mais para Sul, em direcção a Vila Nova de S. André. Gil e as Amazonas só pensavam num mergulho na piscina. Chegados ao local, ainda não é agora. Trocámos as duas rodas por quatro … mas 4 pequeninas. 4 rodinhas de um Kart, aquilo é que foi acelerar. Sem polícia, sem limites de velocidade, um fim de tarde a todo o gás!






2ª Parte
(ao que parece que a primeira foi ….)



Sábado à noite:
Tudo começou com um “Moscatel de Honra”. Eu quero com uma pedrinha de gelo, eu quero com duas, eu com três e a malta lá deu vazão ao moscatel. Entrada para o restaurante e Lady Penão, em traje de gala, ia fazendo as honras à casa …. Madames … Messieurs, sil-vu-plé ……

Bom, até aqui tudo bem. O jantar decorreu na normalidade que se esperava, o belo arroz de tamboril foi um ar que lhe deu e as sobremesas também … ai …. aquelas sobremesas ….

Eis senão quando …. Tivemos uma aparição ……o entretainer do Hotel entrou de rompante, a cantar, deu um olhar de convite e voltou rapidamente para o bar. Não foi preciso mais nada, a malta seguiu o convite, bem comportadinhos (claro, estava em jogo a ida ao BAR), lá fomos. O dito cujo estava cheio de hospedes, a ouvir aquele show man. Na sala contígua havia espaço. Pois então, sentados a ouvir canções do nosso tempo, os pezinhos começaram a aquecer. Mas a malta ainda não se tinha ambientado.

Conversa de motos, eu ia à frente, tu ias dando um terno, aquela curva, ai e tal, bebidas para a mesa mas os motores ainda frios. Que é aquilo? As ladys motards vão aonde? Surpresa, espanto, incrível, …. E não é que elas se colocam atrás daquele pequeno-grande artista, qual starlets, a dançar, mãozinhas para lá, pezinhos para cá, sorridentes, abriram o baile …. Correcção, abriram qualquer coisa parecida pois …. Não se podia dançar!!! ?????? (ordens da gerência).

O artista nem queria acreditar. Foi o início da apoteose. As palmas não paravam. Os motards assobiavam, gritavam, não se calavam. Um sucesso. Depois, bem depois, …… depois nem imaginam. Os motores aqueceram, enrolaram punho, e foi sem parar até entrar no red line. Nessa noite revelaram-se vários artistas.

Mais ladys promovidas a starlets e gentlemans a dar ao pé (mas quietinhos pois não se podia dançar). Só que a pressão era muita ……e de repente começou a versão motard dos “Idolos”.

Ele era ver o Olivença agarrado às maracas a seguir o compasso da música, o Lima a bambolear o pezinho, direita, esquerda, nasciam dançarinos às dezenas, o Mimoso (o Gil de Albufeira) dava aos bracitos, todos ao som do karaoke do Zé Rebelo que agarrado ao microfone sentia-se uma estrela. Cada vez que acabava uma música, chorava …. Quero mais!. A animação era tal que o Gil (homem do Norte, claro) voltou às origens e pediu …… os Patinhos …… sim, os patinhos! E o grande maestro da banda, concedeu-lhe o desejo. Patinhos a dançarr ….. e rabinho a dar a dar…. Piu –Piu …. Piu-Piu …. E lá dava com o rabinho, para um lado, para o outro, aquilo era contagioso, mais rabinhos a dar a dar, aquele pessoal das motos …. Inacreditável … rabinho a dar a dar …. (o Olivença também mas com as matracas).

Chegado à pressa da sala do snoker, Herr Krull pegou num instrumento musical (para acompanhar a banda) …. e qual máquina-bávara-potentíssima, …. estragou o objecto. Retirou-se cabisbaixo. Mas os amigos estavam lá, sim para dar o devido apoio. Começou uma colecta para reparar os estragos e a boina do entretainer encheu-se de solidariedade (o Vítor continuava agarrado às maracas).

Um casal de enamorados (tiveram de tirar o microfone ao Rebelo) dançava apaixonado. Veio o barmem que comunicou (uma vez mais) - não era permitido dançar. O Zé encorpou o seu papel de polícia e … não deixou mais ninguém dar ao pezinho. Assim que via um pequeno movimento lá corria ele para o criminoso …. Tsss tssss ….não…não ….

A noite acabou com os hospedes do hotel a fugirem para os quartos, o pessoal das motos (energúmenos) a dançar por todo o lado, um a tocar os tambores, outro a cantar karaoke, o Olivença (ainda) a tocar as maracas, o rabinho a dar a dar, a malta a bater palmas, todos em coro …. Uma da manhã … Eiiii … duas da …. Heiii … Heii… heiiii … prontos, estava na hora, fechou o bar.





Domingo:

Manhã de nevoeiro, avaria numa moto que o Pedronho dizia – é da junta! – qual junta? - junta tudo e deita fora … reboque a carregar a moto (tem de se manter a tradição, moto rali sem avaria não é rally, não é nada), lá partimos para a 2ª etapa. Penagirl dava a ordem de partida! Serra de S. Francisco, visita à Igreja paroquial, meia dúzia de curvitas e o belo do estradão. Motos a rolar, poeira, pedrinhas, o Gil lá conduzia pacientemente sus muchachas por aqueles “maus” caminhos.

Vegetação característica, ervinhas e florzinhas, pessoal a aprender botânica, é preciso apanhar “Urze”, mas que raio são “Estevas”, o Mimoso a subir um sobreiro para apanhar folhinhas. O Olivença passa por nós com saudades das maracas. Mais à frente um controlador esperava para mais uma prova. No meio do nada atirámos bolas ao alvo e respondemos à perguntinha da praxe. O Sérgio de olho no cumprimento das regras, estava em todo o lado.

Mais pó, mais TT, está tudo amarelo, ouve-se o Rebelo a cantar, ainda se imaginava no karaoke. Chegados a Abela, tudo em romaria até à Igreja. Segue-se o caminho de Santiago, uma estrada estreita, curvinhas e mais curvinhas, rectas alentejanas, paragem para uma perguntinha e treinar com a fisga. Descobre-se o início da paisagem alentejana, pradarias sem fim, sobreiros, calor, finalmente Santiago do Cacém. Subida íngreme, a 90 graus até ao Castelo, empedrado, a pedir a melhor perícia dos participantes. Estacionamento possível nos intervalos dos carros, domingo hora da missa, foi o que se arranjou.

Foto de grupo e ala para o restaurante onde nos esperava uma farta grelhada mista. Conversa de motos (claro), eu fui por ali, aquela subida, falhou-me o pé, dei-lhe gás, a moto até andou de lado, a dar a dar, piu-piu, piu-piu, peripécias à volta das febras.

Agradecimentos à organização (João, Patrícia e restantes organizadores, um muito obrigada pela simpatia), agradecimentos aos participantes (todos 5 estrelas) entregas de prémios e lembranças, boa viagem a todos. Voltámos para casa.







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moto rali motards ocidente
Jantar de Natal na Cúria – Pequeno relato para a posteridade
Dezembro 2008
9H, toca o tlm – Olha, estou um bocado atrasado ….- Ok, então às 10H lá…10H estava lá e… nada! … toca o tlm – Estou a sair…Bom, às 11H partimos. Um sol fantástico e um frio espectacular. Viagem calma, atravessando o congelador de Torres e os glaciares de Alcobaça. Chegada a Leiria, lá estava o Vítor Alexandre - Paulinha, paulinha, o encontro era às 10H aqui ….- Mas eu estava lá às 10 …..(alguém ficou sem relógio hoje)

Mal-entendido resolvido, combinámos oferecer um relógio ao Tozé. As minhas mãos continuavam, congeladas. Entrei no stand à procura do cafezito …. Cevada???? Logo alguém com a sabedoria da idade me apresentou uma bela pomada …. Com as mãos ainda a tremer bebi aquele néctar dos deuses … e o milagre aconteceu! Consegui ter mãos!! Agora já estou pronta para continuar.

Estrada fora, lá fomos até à Mealhada. Entrada no Típico restaurante, o Vítor cumprimenta os donos (quem é que ele não conhece???). Mesa reservada à espera, bem localizada perto da lareira. Óptimo, assim além de mexer as mãos também vou conseguir mexer os talheres…Eis senão quando ….. afinal o restaurante é frequentado por gente de sangue “azul”. A famosa Criolina (também conhecida por Carolina) entra acompanhada pelos seguranças. Sentou-se perto e não tirou os olhos de tão garbosos Motards (o que ela queria sei eu!). Claro que a conversa girou em torno da literatura e da dialéctica legal sobre como Salgar os Pintos ….

Meia dúzia de Kms até à Cúria e não fomos os primeiros a chegar. O nosso Organizador já lá estava, de lista na mão, pronto para picar as presenças. Tal é o esforço de organização que foi necessário levar o Kinder-TIR para caber toda a logística das listas actualizadas de participantes.Cumprimenta, check-in, chega mais um, ouvem-se barulhos de motos, chega mais outro, cumprimentos, olha quem ele é, mais uma moto e mais outra, e ainda mais, o pessoal chegava. O Vítor teve direito a quarto com varanda e vista para o jardim. Pudera, quem sabe, sabe! E com a imponência da realeza, assomou à dita cuja para ver o povo a chegar.

Seguiu-se uma breve visita à loja Hermés Chag Shui para comprar o presente de Natal e a Valise (caríssima) que iria guardar os preciosos cupões do sorteio dos presentes. Alguns convivas aproveitaram para fazer umas comprinhas e reformular o guarda-roupa …Claro, está, que uma visita pelo Parque tinha de ser.

E a tarde correu rápido. Convívio, conversa, conhecer pessoalmente pessoas das quais só se sabe o nome, nunca mais são oito e meia. Já comia qualquer coisa.

Finalmente é permitido entrar na sala de jantar. O Organizador controlava a porta, escrevia uns bilhetinhos misteriosos que colocava na Valise. Nome, prenda tem? … Nome, prendinha comprou? Aquilo é que era controle. Não pode ser, só recebe quem trouxe prendinha. Estava lá escrito no site!!!

O jantar começou. A fome aperta e o pão desaparece. Por entre as conversas circulava o Bacalhau, a pinga acompanhava, o pato também sumiu. Chegou a hora crítica …. O Pai Natal, disfarçado de Organizador, inicia o discurso. Ele eram livros, ferramentas, barretes, motos, postais, canecas, enfim, tudo se oferecia, a espelhar a criatividade dos convivas. Todos se divertiram e no fim….. alguns ganharam uns prémios chorudos ….. pois, quando os bilhetinhos misteriosos voltaram à Valise … saíram de novo com mais novidades. Até houve uma potencial compra transformada em prenda …. Viva a Kapital do Mundo !!!!

De barriga cheia, abraçados aos presentes, o pessoal lá se arrastou até ao bar para continuar a noite e pôr a conversa em dia. Foram subindo pouco a pouco até aos quartos para sonhar com o passeio do dia seguinte e, claro, do anunciado almoço, cuja localização nem de GPS lá se chegava.

Domingo de manhã, despertar cedo. O percurso não era longo mas as paisagens mereciam um passeio calmo. Curiosamente, estavam também hospedados no Hotel o grande tenor intergaláctico, Pablo Olivieri Caruso e a grande pianista internacional LaKota. Ao verem tão digníssima Comunidade decidiram dar um concerto matinal, um género de balada grunhida, um musical para engasgar o mais afoito.

Posto isto, a malta fugiu para as motos, motores a trabalhar, vamos mas é para o sossego do campo, andar de moto e fazer curvas. Uma paragem no Buçaco (mais longa que o esperado - mas esta parte vem depois). Segue-se uma viagem relaxante até ao Caramulo, paragem para as fotos, vamos lá continuar senão a vitela arrefece.Após umas curvinhas de abrir o apetite, a estrada transformou-se em caminho …. Então que é isto? Lés-a-Lés antecipado? Um caminho estreito entre muros de pedra em direcção a uma casa perdida na paisagem, no fim do mundo o almoço esperava. Terreiro largo, estacionam-se as motos, estacionam-se alguns no chão. Pequeno trajecto a pé até um terraço onde aguardava uma mesa cheia de acepipes. O pessoal atacou os pastelinhos, o presunto, os queijinhos, está na hora de acalmar o estômago depois de tantas curvas. Agora as curvas são para chegar aos pratinhos, ao branquinho. Aquela panela cheia de arroz de vinha de alhos. E que fumegava bem. Que cheirinho …O ataque foi fulminante. Pratos na mão, caldo de arroz com carne quentinho, as conversas diminuíram. A quantidade era demais. Depois de todos servidos, o panelão ainda estava a meio. A mastigar calmamente alguém comentava ….. E ainda vem a vitela ….. O quê ???? …. Dei comigo a segurar um prato ainda a meio, já com o estômago cheio. Não pode ser …. Mas era!!!Era mesmo o sinal para entrarmos no restaurante.

Sentados às mesas assistimos ao desfilar da vitela. Tabuleiros de carne fumegante … batatinhas assadas … arroz … salada … tudo … muito … cheio … demais. A conversa acompanhou o repasto, enche o prato, mastiga, pausa para conversar, enche de novo o prato, blá, blá, blá, vou só comer mais um bocadinho, os tabuleiros não paravam de chegar.E o convívio lá decorreu, calmamente

Finalmente a vitela cansou-se de correr por entre as mesas. Mas a faina ainda estava a meio. Apareceram umas sobremesas gulosas, fruta, docinhos, acompanhadas de cafezitos, digestivos, era só coisas boas a passarem por ali. Já não dava mais. Começa a debandada para fora do restaurante, vamos fugir à tentação de rebentar a comer. Mas ainda faltam os discursos. Obrigada a todos pela presença, obrigada à organização, obrigada ao mentor deste local perdido nos confins de Portugal.E como profundo agradecimento por tão espectacular fim-de-semana, o grande Organizador foi presenteado ….

O outro lado da História – Homenagem ao espírito motociclista

Domingo de manhã, preparada para rolar. Capacete, luvas, moto a trabalhar, tudo pronto. Alguém chega e diz – Tens o pneu traseiro em baixo …????? Saio da moto e espreito – Raios, está mesmo em baixo. E não foi apenas perda de ar …. Que diabo ….. querem ver … Tenho um furo??? Um furo ??? Sim, é confirmado por mais pessoas que vêm ver.E agora? Estou confusa, sinto-me impotente. Nunca tive um furo, nem mesmo uma avaria. Só estou habituada a ter quedas ou acidentes. Coisas graves. Um furo, tão simples como isso e sinto-me impotente. Alguém, rapidamente, põe a moto no descanso central. O pneu é mirado com atenção por vários companheiros de estrada. Não se encontra nada.- Tenho uma bomba que se liga ao isqueiro da moto. Queres tentar encher o pneu?- Isto com espuma resolve-se. Já fiz muitos Kms com ela. Vamos a uma estação de serviço e resolve-se…

O tempo foge. Já todos têm as motos a trabalhar, estão prontos para o passeio de Domingo. A partida começa a estar atrasada. O Grupo é grande e qualquer atraso pode comprometer o dia. Mas continuavam ali, a tentar encontrar uma solução. Não sei o que fazer.

Há um tipo enorme que diz – Vens atrás de mim até à bomba ali em baixo. Vá anda …. Pedro, vão seguindo que nós já nos encontramos no Buçaco. Não o conheço, não estava no jantar ontem. O Pedro concorda. As motos já se alinhavam para a partida. Arrancamos, passamos por todos e seguimos. A moto estava pesada, as curvas derrapavam, eu ia meia atordoada. Lá segui aquela moto, aquele tipo que percebi tratarem por Paulão. Conhecia de nome, um dos nomes desconhecidos que navegam neste fórum. Chegámos à bomba, comprei a espuma. O Paulão, com dois dedos, pôs a moto no descanso central, injectou a espuma, deu ar ao pneu. Enquanto isto, trocamos umas palavras, perguntas de ignorante nestes assuntos, respostas de conhecedor de situações de apuros. Não te preocupes, já me aconteceu muitas vezes. Agora é seguir viagem. Estrada de novo e a moto parecia outra. Mais alta. Deu-me uma confiança relativa. Será que isto resulta? Seguia atrás dele, meia receosa, meia contente.

Logo a seguir ao Luso a moto ficou pesada de novo. Parei numa bomba. Pneu em baixo outra vez. Não te preocupes, dizia o Paulão, não gastei a lata toda. Vamos por o resto da espuma. De novo injectar a dita e eis que …. A espuma começa a sair pela válvula. E agora? Agora, talvez seja folga da válvula - diz ele. Vou ligar ao João que ele é mecânico. Telefonema feito e vamos para o sol esperar, pois o frio era muito. Eu tremia não só do frio mas também da frustração. O tempo passava e eu via o meu Domingo a acabar. Nem meia hora depois chegaram duas motos. O João Vaz e o Rui Batista. Então rapariga, isso não se resolve?

Uma rápida vista de olhos e o João dá o veredicto – Isto só tirando o pneu. Não temos ferramenta. Não vai dar. E agora? Agora, nada a fazer. Bem, o melhor é aproveitares o dia. Vais à pendura e ainda almoças. Mais tarde resolves o que fazer. Voltámos de novo para o Hotel para estacionar a moto. Sempre era mais seguro que ficar ali. Já muito atrasados, voltámos à estrada, bem rápido, para chegar a tempo do almoço. À pendura do Rui Batista eu olhava para aqueles motociclistas que tinham deixado o Grupo para me apoiarem.

Só me vinha ao pensamento a ideia de – Espírito Motociclista. Aquele espírito de entreajuda, que nos faz parar quando vemos um companheiro avariado mesmo sem o conhecer. Coisa que não acontece com os automobilistas. Será que os motociclistas são pessoas diferentes? Será que a paixão pelas motos é sinónimo de uma forma de estar na vida? Companheirismo, entreajuda, solidariedade. Há milhões de pessoas solidárias por este mundo fora com diferentes paixões. Mas o que é certo é que todos os motociclistas verdadeiros o são!

De certeza já muitos experimentaram a sensação de ter alguém a ajudar. Sabe bem. É bom ser motociclista e partilhar do companheirismo que todos os automobilistas falam mas que, muitas das vezes, não praticam. É bom pertencer a este mundo que muitos não entendem, conduzir estes veículos de duas rodas que muitos acham perigoso, sentir esta liberdade, ter esta paixão. E sobretudo, ter um universo de amigos, conhecidos e desconhecidos que, sem duvida, estão lá quando precisamos, pois todos os motociclistas partilham deste espírito fantástico – o espírito motociclista!



Destino: Marrocos (2007)

Destino: Marrocos

Foi um destino que me chamou a atenção. Um passeio, em Abril de 2007, organizado pela Comunidade BMWCKLT. Uma semana em Marrocos para conhecer a diversidade do país, o interior, as montanhas e o deserto. Assim que li os pormenores da viagem fiquei entusiasmada. Eu e mais 34 pessoas. Deixo aqui um pequeno relato desta magnífica viagem, do que vi, do que senti.
Concentração Seita TT - Oliveira do Hospital - Jul 2005


Mais uma vez se juntou um grupo de aventureiros e amantes destes eventos para visitarem uma bonita região do nosso país e confraternizarem com os amigos de Oliveira do Hospital.



Sexta-feira, encontro marcado para as 8:30H na sede do MCL. Lá estávamos quase todos …… à espera de alguém. Às 9:30H decidiu-se – vamos embora! Sai a caravana, uns aceleram, outros não, uns pela nacional, outros pela A1, perderam-se todos!!?

Em Santarém juntou-se o Veiga, em Pombal juntou-se o Vergastas, em Coimbra encontrámos o Pipi. Finalmente juntos, o destino era a casa do Pipi onde nos foi oferecido um excelente churrasco.

Chegámos ao fantástico local da concentração, à beira rio. Após o difícil trabalho de montar as tendas começámos nas minis. A tarde decorreu pacificamente. Minis, veste fato de banho, minis, vamos à água, minis, jantar e fado, minis, bailarico, grade de minis!

Sábado encontro matinal com a ginjinha. Abateram-se duas garrafitas. Ao almoço recebemos a visita de um belo tintinho. De tarde ………. ÁGUA ??????? Alguns membros da excursão foram fazer um cruzeiro pelo rio mas o barco era frágil e os marinheiros foram à água.

Ao jantar começaram as inscrições para o moto clube da vinícula. O bailarico foi concorrido, divertido e de tal forma o pessoal do MCL estava integrado no espírito da região que liderou a dança, arrastando a população numa coreografia digna de um prémio MTV.

Durante a noite houve visitas ao rio, conversas com o gregório, fado à desgarrada e pedidos de roupa interior para quem estava como nasceu. Uma noite inesquecível !!!

O Domingo foi difícil de acordar mas a malta aguenta. O passeio foi interessante, o almoço delicioso, o MCL recebeu o 3º prémio de inscrições. Desmontar o acampamento, despedidas dos simpáticos morcões que nos acompanharam durante o fim-de-semana, vamos à estrada.

E foi assim mais uma representação de simpatia, companheirismo e divertimento que os membros do MCL espalham por onde quer que se desloquem. Como participante desta magnifica concentração quero agradecer a todos os companheiros de estrada pelo espírito de união presente em todas as ocasiões, pelo civismo e respeito com que representam o “matreco” do nosso clube



Nov 2004 - Relato de uma Viagem à Figueira da Foz


SEXTA-FEIRA, 26/11/2004


Alguém marcou a partida às 8 H da matina na sede do clube. Pois é, de manhã é que começa o dia. Para alguns …….Após uma hora e meia de espera (sim, porque os VIPs chegam sempre atrasados! Mas tivemos sorte porque ele fez barba ontem, senão …..) lá arrancámos para a bela cidade da Figueira.

Prego a fundo, mete a primeira, mete segunda (estamos na Cril), terceira a abrir (A8 é nossa!), quarta no red line – pausa para um break. Cafezito, cigarrito e …. chá de limão. Vamos lá embora pessoal. Oh pipi vê lá se me apanhas!!!

Chegámos! Finalmente! 200 Km em 4,5 Horas. Isto é que é velocidade!!!!
E uma grande cidade. Grande. Tão grande que foram necessárias muitas voltas, circulares (conhecemos minuciosamente dois quarteirões), até alguém se lembrar de perguntar o caminho para a pensão.

Pensão Belavista. Senhora à porta com ar desconfiado. Apresentações. São os meninos que telefonaram? Quantos são? Bem, reservei um andar só pra vocês! Então iniciámos a subida, árdua, lenta, devagarinho até à penthouse. Quartos com banho (e sem), águas quente e frias, TV e camas resistentes ao salto em comprimento! Oh menino, adivinhe lá que idade eu tenho? – pergunta a nossa simpática anfitriã. Bom, (diz o moço coçando o bigode) 60 anos? …… não? ……. 70????? Nãooooo?????? Oh menino, que simpático. Dê cá dois beijinhos. Tenho 87 aninhos. ……..(Upppps).

Vamos lá a despachar. Temos de ir prá exposição. Montámos o estaminé, pendurou-se a bandeira do MCL (além de que também tivemos de pregar as tábuas, os suportes, os quadros, o pano e pregámos com uma BM no nosso distinto espaço, facto que “inchou” o respectivo proprietário). UFFFF, tou farto de trabalhar. Já comia qualquer coisa.
Bora almoçar.

Primeiro restaurante à vista cheio de bandeiras do Sporting.

– Eu não entro ali !! Recuso-me a comer num sítio destes !!!!!!!

Bom, visita turística à Figueira. Depois de vários restaurantes finos e tascas malcheirosas, acabámos no restaurante …………… do Sporting. Empregada loura e antipática. Monossílabos e má vontade. Dez minutos depois já mostrava um sorriso. Vinte minutos e rondava a nossa mesa. Trinta minutos depois prometeu que nos ia visitar à exposição. AH, o que fazem os matrecos !!!!!!!??

- Fabuloso, … esta sopa está divina! (quem é que disse que não entrava aqui?)

Ordem do dia – Ninguém se embebeda ao almoço!
A comida estava boa. O branquinho à pressão escorria fresquinho pelas goelas cansadas da looooonga viagem e do “excesso” de trabalho. Ora bolas, não se pode fumar aqui. Bem, a loura diz que podemos ir fumar para o corredor. Só que o balcão estava no caminho e….. tivemos de parar – o São Domingos chamava-nos!!! E vai um, …… outro, …… (não se embebedem já ao almoço), …. e mais um por conta da casa.

Vamos lá trabalhar um bocado … (trabalhar ????? neste estado ?????)
Pavilhão da exposição – conseguimos espalhar o merchandising pela bancada. Ainda bem que trouxemos a garrafita!!! Não é para beber toda hoje, senão amanhã temos de comprar outra (!!! ???)
Deu-se início ao campeonato de raters (humanos). Que estoiro!! (que fedor).
Apareceu o Manivelas. Ofereceu-nos um presente. O Prof. Pardal não conhece. Prova, vais ficar a conhecer o Manivelas (pró resto da vida)! Quem não conhece não percebe nada do mundo das motos!

Aghhhhh ……. Ohhhhh ……. Água, água ……..

E a tarde lá passou, com mais concorrentes ao troféu de RATERS, o Prof agarrado à garrafita da água, alguns visitantes na exposição ……..
Jantar – Encontrámos o Tó Manel. O fundador juntou-se ao pessoal. (bom filho à casa volta). Mariscada. Chegou o Veiga e o Nuno. Toca o telemóvel. Toca outra vez o tlm. E mais uma…….. èpa este gajo não larga o tlm, parece um call center. Chegaram os Rochinhas e a 1ª dama. Vamos prá nigth !

A noite foi dura! Pitinhas, canecos, música, pitinhas e mais canecos. Venham as pitinhas que EU RIPO DO NABO E …. TUMBA!

Ás 7 (sete) da manhã o pipi encomendou o room service. Todos tiveram direito a acordar.

SÁBADO, 27/11/2004

Mais exposição. Chegaram os participantes no passeio MCL. A malta aderiu em força. Veio o Pégaso, o Zé da Lena e a Lena do Zé!. ……..(sem comentários). Mais tarde apareceu o Cerejo.

Almoço no ………...restaurante do Sporting. Free Trial de tarde. Alguns bravos do team MCL despediram-se da família e dos amigos e colaboraram voluntariamente (???????) no espectáculo (gandas malucos, esticados no chão com as motos a passarem por cima). HERÓIS!!!!!
(Informamos que o call center continuava a facturar!)
Acabou o show das motos com os pilotos a queimarem os pneus. Mas a malta não se fica atrás!!!! Voltámos para a nossa banquinha e …… vai de raters. Agora com (ainda) mais concorrentes. O MCL não Pára !!!!!

A direcção foi para o Casino (Gente coisa é outra fina).
Jantar ………. no restaurante do costume! E vamos prá nigth! Bem, motards sem strip tease não são motards! E vamos pró strip. Bom, strip é ……….. strip. MAS não é motivo para parar um call center !!!!!!! Voltámos ao bar no centro. Chegámos tarde. As gajas estavam a sair. O pipi saltitava atrás delas. O Prof. Pardal corria atrás do pipi (e das gajas). O Vinil é que está a dar. Bora Lá! De volta para a pensão. O quarto do Cerejo tem uma arca a barrar a porta.
Às sete da manhã (pra variar) o pipi acordou a malta toda.
A arca voltou a estacionar à porta do Cerejo.

DOMINGO, 28/11/2004

Tempo cinzento. Chove! A malta vai acordando. Abrem-se as portas dos quartos. Ainda cheira a álcool. E a outras coisas (puffff). E a outras também! A arca tem pés!
De novo para a exposição. Chove. Vamos levantar ferro. Arruma-se tudo. As motos e os carros de apoio rumam à estrada. O rochinha lidera o cortejo. Paramos para almoçar.
Boa, vamos ao leitão! Comemos o leitão e……. o leitão comeu-nos a carteira.
Volta prá estrada.
A8 ou A1?
A8 !!! ……..
Não, é melhor A1!!!
A1 ou A8 ?????
Bem, conseguimos chegar a Lisboa.
Caldeirada – Breve Romaria de uma enlatada - Set 2007


Afinal a alvorada já não é às 9h30 da manhã para o encontro de motas com os “mininos”. Afinal vou à caldeirada enlatada. Paciência, lá terei de dormir mais umas horas. Cotados dos “mininos”, viagem em túnel de vento, monótona, claro… eu não estava lá!

Partida combinada às 11h, ou melhor, às 11:30h, partimos perto do meio-dia. Entre quarto portas e sobre 4 rodas, lá rumámos à Capital do Mundo (não diziam que ia chover?). Após um pequeno desvio por Óbidos, Caldas, A15 para Santarém, meia volta e Peniche à vista.
Chegámos não estava ninguém.

O operador de GPS preparou a tenebrosa máquina digital para registar a chegada da procissão BMW. À frente os Pè-nixe-man’s com uns coletes vistosos, atrás os santinhos todos, andores de santas LT’s, RT’s, GS’s e ainda uns representantes de outras religiões de 2 rodas …. com um ar aborrecido (pois! eu não estava lá!).

Descida íngreme da rampa de acesso à caldeirada, destino directo para as entradas que a fome aperta. Passam pratos de camarão, queijinhos frescos correm pelas mesas, rissóis e croquetes passeiam nas mãos de uns quantos devotos, o pão desaparece (a chuva ainda não apareceu).

Na catedral da caldeirada, os lugares frente ao altar da cozinha são selvaticamente disputados. Os crentes lá se arrumam, o burburinho dura até saírem as travessas. A pouco e pouco faz-se silêncio. Ouve-se o sussurro das batatas a deslizar para os pratos, os peixes a encher os pratos, o tomate e os pimentos espirram no molho. Por entre a cerimónia religiosa, anda um devoto com uma máquina gigantesca, qual canhão mealhado, a disparar em todas as direcções. O pessoal sorri, faz pose, faz caretas, os camarões ainda esperneiam na boca de uns quantos (aqui entrariam umas fotos que estão noutra máquina, pois a minha avariou).

Os santos mastigadores conversam, trocam piadas, contam histórias de estradas e viagens até que o cunhado do “Mê cunhado” acaba com a paródia. Está na hora dos discursos. Em grande pose, emocionado, com os braços abertos, agradece a presença dos devotos e introduz os ilustres convidados O Cardeal de Peniche e o Abade da Capital do Mundo pregam uns sermões litúrgicos (lá fora a chuva fez greve).

Eis quando El-Syr toma a palavra (é desta que vai chover?) e apresenta o potencial Papa de Cascais Y Carcavelos. Ponto alto da missa! O futuro Papa-Komandante apresenta a sua candidatura, braços abertos, acena aos devotos, sorri, promete coros celestiais, suecas e brasileiras, o reino dos céus está omnipresente. Um terço de rezas divino, uma palestra perturbadora que incitou os devotos a rezarem com ele, com palmas entusiásticas, gritos e assobios, satisfação olímpica, de tal modo que o Cardeal de Peniche já renunciava à prelatura a candidatava-se a um lugar de acólito na missa das brasileiras.

Os aplausos foram intermináveis … habemos papa!!!!!!!

Finalmente os ânimos acalmaram quando o grande inquisidor da paróquia dos lateiros ameaçou os hereges de ficarem sem sobremesa se não comessem a sopa toda. Os devotos caíram no purgatório e a missa lá voltou à normalidade (a enorme máquina-canhão continuava a disparar). Depois da ameaça, vieram as sobremesas, o café, voltaram as conversas, está a ficar calor, o adro da catedral da caldeirada enchia-se de devotos, barrigas cheias, faces coradas, o mar está calmo, as fotos sucedem-se (cadê a chuva???).

Depois de uma demorada e atribulada foto de grupo (que alguém irá colocar aqui) a romaria começou a dispersar. Beijos, abraços, adeus, boa viagem, motos a trabalhar, a estrada espera (de seguida o relato da viagem de moto não tem interesse, pois eu não estava lá).

Um grande obrigado aos promotores da Romaria à Caldeirada e um grande obrigado ao espírito de amizade desta Comunidade.

Jan 2006 - Pinguinos (de camioneta)

Janeiro de 2006
Concentração "Pinguinos" - Valladolid (Espanha)
O convite para a viagem surgiu no final de Novembro, numa concentração em Alcobaça. Há um grupo de motociclistas, fechado, onde só se entra por convite, grupo de malta muito simpática, gosta de copos e petiscos, incrivelmente social. O convite foi feito e eu aceitei.


Destino: Marrocos

Foi um destino que me chamou a atenção. Um passeio, em Abril de 2007, organizado pela Motomil com o apoio da Comunidade BMWCKLT. Uma semana em Marrocos para conhecer a diversidade do país, o interior, as montanhas e o deserto. Um percurso pensado para motos de estrada e para motos trail. Assim que li os pormenores da viagem fiquei entusiasmada. Eu e mais 34 pessoas. Deixo aqui um pequeno relato desta magnífica viagem, do que vi, do que senti.
O Início

5h:30m – Ainda cheia de remelas, lá vou eu para a estrada. Nem comi, nem tenho fome e nem dormi. Com a excitação só penso que vou realizar um sonho antigo. Cheguei ao ponto de encontro. Ainda falta pessoal. Afinal deu-me a fome. Enquanto esperava engoli um pãozinho e um galão. E um café, talvez o último decente que vou beber por uns tempos. Vamos embora, temos que chegar ao barco às 4 da tarde. Coluna reunida, as duas meninas motards vão atrás do líder, coluna atrás e dá-lhe gás. 18 motos, um jipe e a carrinha de apoio (cheia de malas nem sei como vai caber alguma moto que avarie).

A2 até ao Sul, estrada vazia, espaço para rolar. Isto promete. Paragem em Almodôvar, aproveito para mais um cafezito. Estrada de novo, começa a chover. Raios, espero que seja apenas um ameaço. Não era. A realíssima acompanhou-nos até ao reino de Espanha. Caía com força, molhava tudo, molhava os ossos. Paragem algures para almoço. As minhas botas pareciam um aquário. Tive de trocar de meias. Já não dá tempo de almoçar, engoli metade de uma sandes a saber a fritos e vamos embora.

A chuva não desiste e o vento faz companhia. Em conjunto, a sinfonia do temporal empurra as motos, embacia as viseiras, bate nas luvas, não se vê nada à frente. Um dos nossos caiu. Não se magoou. Mas o susto foi grande. E a moto perdeu os adornos que piscam, que iluminam e que protegem do vento. Tenta-se o milagre logístico de encaixar a moto entre a bagagem da carrinha. Conseguimos. Aproveitei para trocar de meias. A chuva continua a cair, o vento continua a soprar, faço a viagem a andar de lado. Chegámos ao porto. Perdemos o barco. A torrente de água melhorou, apenas chove. Troquei de meias outra vez.

Apesar de tudo o pessoal estava animado. Em amena cavaqueira, lá esperámos duas horas para embarcar. Raios, já não sei se é melhor apanhar chuva ou aguentar o balanço do barco.

Desembarcámos, entusiasmados, estamos em Marrocos. O cheiro do ar é diferente. Já anoiteceu. Continua a chover. É preciso tratar dos papéis da entrada, é preciso fazer o registo na polícia, é preciso fazer o registo das motos, é preciso falar com aquele oficial que anda com o carimbo mágico no bolso. É a corrida para as formalidades. Agora falta um número, agora vai mudar o turno, onde está o homem do carimbo?

Três horas depois lá conseguimos rumar ao Hotel. Cansados, esfomeados, encharcados, mas cheios de esperança. Afinal é só o primeiro dia e em África não chove. Aterrei na cama e sonhei com coisas quentinhas.

Finalmente em Marrocos


Madrugámos. Temos 600 km para fazer, rumo ao Sul. Continua a chover. Junto à costa, pela auto-estrada, velocidade limitada. Passámos uma portagem. Aqui não se pode facilitar, a polícia está alerta, bem posicionada ao longo da auto-estrada, carrinhas bem visíveis, polícias na faixa de rodagem. A chuva abrandou e aparecem várias famílias sentadas nos rails a acenarem alegremente. Passámos nova portagem. Transeuntes atravessavam a auto-estrada, ovelhas atravessavam a auto-estrada, rebanhos pastam junto ao alcatrão, jovens acenavam estusiasticamente para nós. Passámos outra portagem. Paragem para almoço. Há um bufet de saladas, um menu desconhecido, alguns marroquinos a beber chá, experimentamos as famosas brochettes, temos de pedir as batatas à parte, vamos lá a despachar ainda estamos longe, a casa de banho parece uma repartição, de tanta gente à espera.


Após mais algumas portagens, entrámos em estrada normal. Bom piso, bem sinalizada, o verdadeiro Marrocos faz a sua aparição. As casas são baixas, todas do mesmo tom terra, há tapetes pendurados nos terraços, atravessamos vilas cheias de gente nas ruas, mercados, lojas incríveis, cores, muitas cores, atravessamos pequenas aldeias com casas de terra batida, ocre, crianças, começam a aparecer as palmeiras, a terra é plana, o cheiro é diferente.


Parámos para reagrupar. Está a anoitecer. Lá ao longe adivinham-se as luzes de Marrakesh. O céu fica púrpura-ocre-vermelho-laranja, nem sei que cor é esta. Mas é divina. No infinito as estrelas brilham. São enormes.


Chegámos ao destino. A entrada do Hotel é magnífica. Estou nas mil e uma noites, rodeada de painéis de azulejos, arcos, tapetes, várias nacionalidades, muita gente.


De manhã acordamos tarde. Às nove horas estamos prontos para a cruzada turística. A pé, percorremos as grandes avenidas, vemos a mesquita de fora, entramos nas muralhas da antiga cidadela, deparamos com uma praça gigantesca. Jemaa el Fna é a porta de entrada do labirinto das compras. E a febre começa. Lojas e mais lojas, é só lojas. Lojas de tudo, vende-se tudo. Tapetes, pratos, cerâmicas, chinelas, carretas puxadas por pessoas apressadas, ruas estreitas, lenços pendurados, pergunto o preço e fico pasmada, é muito caro. Tento negociar, fico ali eternamente, o ritual é demorado, a negociação é feroz …… passam mobylettes em excesso de velocidade, cheira a caril, mais lenços, bijutarias, portas em madeira, trabalhadas, lindíssimas, latões, barulho, vidros, pratas, cores, tapetes, o cheiro é intenso, gente atarefada, vendedores, sacas à porta, grupos de turistas, ruas e mais ruelas, labirinto, voltei ao mesmo sítio, não sei se guardo a máquina fotográfica ou se disparo até esgotar o cartão. Nem damos pelas horas passar.









A Montanha e o Deserto

Hoje o dia está lindo. Frio mas muito sol. Céu aberto, limpo. A moto acidentada foi reparada. Tem uns piscas de fabrico próprio, made by Tugas, em material plástico, vulgo gargalo de garrafa e um farolim que aproveitou o restante da garrafa. O Mestre da Ferramenta (o Soeiro) esgotou o stock de fita isoladora e as peças da moto estão todas juntas. Merece um Nobel na arte do improviso.

Só temos 200 km pela frente. De montanha. Partimos. A estrada é boa, as aldeias sucedem-se, as palmeiras nascem junto a cursos de água, começam a aparecer as pedras, começamos a subir, a paisagem muda. Há lojas de pedras e fósseis ao longo da estrada. Arrefece. Subo por entre curvas e mais curvas, meia recta, cotovelo, falésia, frio, sempre a subir, sou ultrapassada por outras motos, surgem estradas lá em baixo, surgem montanhas lá em cima, picos com neve, curvas a subir, o espaço abre-se, a montanha revela-se. Paro. O silêncio é esmagador. Os olhos não abarcam tudo. Respiro fundo. Estou sozinha. Afinal não. Apareceu um marroquino, vindo não sei de onde, quer vender fósseis. Arranco. Continuo a subir. Está muito frio. Há companheiros de viagem parados a tirar fotos. Curva, paisagem, céu, curva, paro para a foto. Por milagre apareceu outro vendedor, desta vez são pedras coloridas. Continuo a subir. Estou quase no topo do mundo. Estou gelada. Há farrapos de neve espalhados pelo caminho. Mas o dia está lindo.









Há uma aldeia lá ao longe. O pessoal parou para almoçar. Surpresa, temos pic-nic. Por entre a confusão de malas da carrinha aparecem caixas cheias de comida. Ocupámos um restaurante. Uns assavam chouriços, outros preparavam belos cachorros cheios de ketchup, outros circulavam com pedaços de presunto, é um banquete à portuguesa. Não falta a pinga nacional nem os berbéres que sabem do Europeu de futebol e conhecem o Figo.


Acabado o repasto, estômago confortado, começamos a descer a montanha. As curvas sucedem-se e começam a intervalar com pedaços de rectas, está menos frio. Das pedras nasce uma vegetação escassa, passamos por aldeias encavalitadas pelas encostas, aparecem de novo as palmeiras. A estrada abre-se, sinto o calor a aquecer as mãos, a montanha ficou para trás. Imponente.


Estamos muito perto de Ouarzazate. Está muito calor. De repente parece que entrámos num forno. Paramos para visitar os estúdios de cinema. Todos de manga curta e óculos de sol lá vamos nós passear entre o Egipto e a Galileia, entre os 10 mandamentos e o Gladiador, breve passagem por Roma, entre cenários grandiosos feitos de madeira e serapilheira, forrados a estuque a imitar pedra e suportados por estacas. Fantástico como nos filmes parece tudo tão real.



Finalmente no Hotel, a piscina chama por nós. Até parece que entrámos noutra dimensão. Ainda hoje de manhã pensei se teria roupa suficiente para o frio que sentia. À noite jantámos ao som de música local, tambores marroquinos e gritos do deserto, danças berbéres e bailarinas lusas, num convívio divertido proporcionado pelos nossos simpáticos patrocinadores.


O despertar foi pacífico. Hoje são apenas 400 km. De deserto, de estradões, de rectas. Ainda temos uma centena de km de montanha mas, depois do dia de ontem, até parece tudo plano. Finalmente o deserto de pedra. Grande, vasto, a perder de vista, no horizonte uma planície fantástica, cheia de pedra, com tufos de arbustos aqui e ali, sinto-me tão pequenina. Kms e mais kms sem vivalma, pequenas aldeias desertas, estrada a perder de vista, rectilínea, com torreões a ladear edificados no meio do nada.




De vez em quando paramos para respirar aquela imensidão, para tirar fotos, para descansar as costas. Pensamos que estamos sozinhos mas não. Vindos não sei de onde aparecem crianças, muitas crianças, meninas com longos trajes carregadas com sacos cheios de pasto, rapazes a pedir moedas. Afinal o deserto não é deserto. O sol queima, o vento começa a soprar, lá ao longe está tudo escuro. Noto pequenos remoinhos, parecem tornados miniatura. O vento sopra mais, levanta a areia, as motos são empurradas, a areia entra por todo o lado. Umas dezenas de kms sob um temporal intenso, desta vez diferente, desta vez atravessámos uma tempestade de areia. Continuo a seguir a moto da frente até acabar a cortina de vento e areia. Parou tão de repente como apareceu. O sol brilha de novo, a estrada continua recta, a paisagem é de pedras, as montanhas lá ao fundo foram cortadas pelo cimo, parecem rectângulos gigantes, há dromedários a pastar perto da estrada.


Ao pôr-do-sol chegámos a Erfoud, uma pequena cidade no meio do nada, com deserto de pedra de um lado e as grandes dunas do outro. O contraste é fantástico. Parece que traçaram uma linha imaginária que divide a pedra e a areia. O Hotel é vermelho vivo, antigo, tem músicos à porta. Ao jantar a mesa do bufet não tinha fim, a comida é deliciosa. Reunimos para combinar o programa para o dia seguinte, em volta de uma ginjinha com que a Maria Rosa nos presenteou. Animada e satisfeita, dormi a sonhar com areia.


É o quinto dia de viagem mas vai ser um dia de descanso. Acordo muito cedo, quero ver o nascer do sol. Na varanda do quarto a vista perde-se. O sol aparece devagarinho, as sombras transformam-se em luz, a paisagem assume toda a paleta de amarelos e vermelhos. Parece outro planeta.

Não sou a única a acordar cedo. Os meus companheiros de viagem já circulam por entre as motos, estão prontos para fazer as pistas do deserto. Vamos embora temos de aproveitar o dia. Uns kms fora de Erfoud e entramos numa pista sem fim. A terra está pisada, tem pequenas pedras roladas, está marcada com pequenas estacas, partes da pista desapareceram, o truque é olhar para longe e tentar adivinhar o percurso. Há que ter atenção, a areia intervala com a pedra, as motos derrapam, alguns caem, ninguém desiste.


Passeámos por vários quilómetros, encontrámos mais aventureiros, encontrámos nómadas, hotéis no meio do nada, tendas e dromedários. Nestes sim, nestes vamos para o meio das dunas. A paisagem de areia é imensa, as dunas não têm fim. O meu mundo transitável acaba aqui.


Cansados, satisfeitos e corados do sol, regressámos ao hotel para jantar. O dia foi fantástico. Nem quero pensar que amanhã começamos a viagem de regresso.







O regresso

Alvorada às seis da manhã. Hoje vai ser duro. Temos cerca de 750 km até Tanger por entre deserto e montanha, por entre vilas e aldeias. O tempo está claro, o sol brilha, partimos em direcção ao Norte. Após umas horas de estrada aberta, de pedra e imensidão, começamos a subir, começam as curvas, o céu fica cinzento, o vento aparece, as subidas intervalam com grandes rectas, estamos a viajar a cerca de mil metros de altitude e continuamos a subir. Estamos a passar o médio Atlas em direcção à floresta dos Cedros.

A nossa amiga chuva aparece de novo, bate forte, é fria. Começo a ficar gelada, as mãos já mexem mal, a estrada é um circuito por entre enormes árvores. O tempo está carregado, cinzento, o verde-escuro das árvores mal se nota. A chuva transforma-se em neve, a paisagem está cheia de bolinhas brancas, fica tudo branco, o vento sopra com força, estou congelada. Estamos a chegar ao cimo, talvez do outro lado o sol brilhe.



A neve abrandou um pouco, vamos começar a descer. O branco fica mais branco, não se vê nada. Instala-se uma espessa cortina de nevoeiro, não vejo a estrada, não vejo paisagem, só vejo os piscas da moto da frente. Não os posso perder, não dá para pensar, é seguir em frente e esperar que isto acabe.


Finalmente saímos do branco. De repente o mundo aparece de novo, cinzento mas real. Paramos para respirar, para descansar, estou congelada, as mãos doem, os pés nem os sinto. Já fizemos 400 km. Falta pouco. Mais quatro horas e chegamos ao destino.


Conseguimos chegar a Tanger ao pôr-do-sol. Rapidamente devorei um jantar bem quentinho e aterrei na cama, exausta.


Acordámos cedo de novo. Dormir é coisa rara nesta viagem. Temos de apanhar o primeiro barco da manhã senão temos o regresso comprometido. Às cinco da manhã já íamos a caminho do porto, de volta para o barco, de volta para a Europa. Ao nascer do sol estamos em Tarifa. Nem acredito que está a acabar. O grupo divide-se, começam as despedidas. Uns voltam pelo Rosal, outros pelo Algarve. A partida é difícil, sinto que todos queremos voltar para trás de novo.


Meia atordoada, sigo os meus companheiros. A estrada já não tem vida, a paisagem já não é amarela, já não cheira a especiarias. Começa a chover de novo, chove até ao Alentejo. Já nem sinto, já não me incomoda, agora quero chegar a casa, passar as fotos para o PC e tentar prolongar mais um pouco esta aventura, reviver as brincadeiras, a camaradagem, as peripécias de Marrocos.


Um sonho de viagem, escrita em duas páginas mas com muito, muito mais recordações gravadas na memória e nos sentidos. Vou andar com sorriso nos lábios por muito tempo. Obrigada aos meus companheiros da Comunidade BMWCKLT e aos restantes participantes. Obrigada à Maria Rosa e ao Eng. Martins de Carvalho por terem organizado este magnífico passeio. Senti-me segura, senti-me protegida, sinto-me bem!