Piratas e Malevinos – Um almoço bravo


Mais uma vez a Comunidade CKLT reuniu-se, no dia 8 de Março de 2009, para um passeio até à zona das Caldas da Rainha, sob o tema “Almoço”, organizado por um dos seus membros, o Luís Miguel PIRATINHA. 

Deixo aqui um pequeno relato do acontecimento, uma forma de agradecer a disponibilidade e simpatia do Organizador e também uma forma de mais tarde, podermos recordar bons momentos.




Sob um sol radioso, meti-me à estrada rumo ao ponto de encontro, tão laboriosamente estabelecido pelo mais recente caloiro. À hora (des)marcada, lá encontrei todos os esfomeados que sob um nevoeiro frio e pegajoso abasteciam as motos e faziam fila para os cafezitos. Viagem pacífica, em marcha lenta, ainda é de madrugada, deixem lá ir a Kota à frente. Por entre uns laivos de nevoeiro salpicados por um sol ainda tímido, demos a volta à marginal da Foz do Arelho à procura das coordenadas do 2º ponto de encontro. Coisas de GPS, modernices matemáticas, bastava dizer o nome do café onde nos queriam.

Chegámos antes da hora marcada e chegou também o Organizador, com cara de quem dormiu à pressa, obra duns quantos que foram de véspera não fossem acabar as carnes bravas.

Cumprimentos e pequeno-almoço, conversa puxa conversa, pouco a pouco lá iam chegando mais convivas, até o estacionamento estar saturado de BMWs. Depois do sol aquecer os parafusos em falta, partida para o passeio da praxe. Don Piratón liderava as hostes, os batedores-piratinhas a seguir e depois uma fantástica coluna multicolorida e multi-modelo das melhores máquinas do mundo (copyright Komandante). Iniciámos por um tour junto à Lagoa, seguiu-se o famigerado petisco tout-venant e sempre junto à Costa calcorreámos a estrada Atlântica rumo a S. Martinho do Porto. Subimos à Serra dos Mangues e do alto avistámos o mar sem fim, descemos às aldeias, passámos por missas e domingueiros, cheirámos o pão-de-ló de Alfeizeirão ao longe, um belo périplo por umas engraçadas estradas rurais. Por todos os cruzamentos, os batedores-piratinhas zelaram pela coluna e até sob a linha do comboio Elsyr mandou parar o dito, tal era o fervor da romaria.

Três meias horas depois, Malevino à vista, deu-se a grande invasão ao restaurante, a fome aperta. E num convívio apertadinho, o pessoal foi tomando os seus lugares, com a turma dos Lateiros estrategicamente posicionada junto às principais vias de acesso à mesa do buffet.

E que bufett ….. digno de um tesouro de piratas escondido numa ilha remota. As preciosidades faziam brilhar os olhos dos comensais, jóias de porco preto, de toiro bravo, de galo do campo, riquezas de legumes cozidos, arroz, feijão e grão, travessas apetrechadas de munições prontas para a guerra que se avizinhava. E foi hora de passar ao saque.

Em fila retorcida por entre o pouco espaço vazio que sobrava, os pratos foram-se enchendo, silenciosamente, sorrateiramente as pessoas davam passagem, acomodavam-se nos seus lugares, esperava-se o caos na pirataria mas as hordas de fiéis não deram tréguas ao pouco espaço e navegaram pacificamente por entre as expectativas de aperto.

A fila não acabava e as travessas também não, nascia comida naquele canto, todos repetiram a dose, todos escolheram os petiscos que mais lhe agradavam, as barrigas encheram e as travessas estiveram à altura do ataque dos bravos ao cozido. Por momentos até se assistiu a um relativo silêncio na sala, quebrado apenas por um difuso ruído de mastigação satisfeita com o excelente sabor do cozido.

Após este momento Zen, o burburinho foi aumentando de volume com as conversas a voltar, estômagos saciados, histórias de outras guerras gastronómicas, aventuras e expedições, arrotos e idas ao bar para o digestivo.

Mas era tempo de sobremesa, de encher aquele minúsculo cantinho que se tinha reservado para os acepipes que nos encheram o olhar logo à entrada do restaurante. E começaram as surpresas.

Eis que o pirata dos sete mares presenteia as Senhoras com uns chocolatinhos, vindos expressamente da Festa do Chocolate de Óbidos, de design estilizado e com a percentagem de cacau q.b. para evitar que os gulosos dos Senhores se atravancassem de açúcar. Fórmula milagrosa que contribuiu para refrear o colesterol daqueles que dizem precisar de calorias para conduzir as motos.

Mas se o chocolate foi preservado da gula dos machos o mesmo não se pode dizer das deliciosas sobremesas que estavam na mesa de entrada. Desapareceram com a mesma velocidade com que passeavam pela sala pratinhos de pudins e pastelinhos e só se salvou o bolo comemorativo porque foi prontamente retirado para a mesa da presidência.

Estava na hora do sorteio. Após terem sobrado apenas meia dúzia de rifas, os rifeiros tomaram a palavra e botaram discurso. Agradecimentos ao Malevino, ao anfitrião, ao sogro do anfitrião e aos restantes patrocinadores. E vai daí, tira senha e entrega estadia de borla para a Queimada 2009, tira senha e entrega T-shirt do WTC, tira senha e entrega desconto para revisões na Bomcar (que o Ricardo acumulou até quase à revisão total – para a próxima não o deixem comprar tantas senhas), tira papelinho e vai mais um relógio da Garmin e mais um carregador de bateria e mais uns saquitos da Touratech (foleiros porque não me saiu nenhum a mim), enfim, havia para todos os gostos.

Toda esta azáfama não teria o mesmo sabor se não fossem os mal-organizados ACRB, SA que temperaram a cerimónia com os já famosos comentários apimentados, sempre fervorosamente apoiados pelos sócios do escritório de Sesimbra e, todos juntos, deram glamour a este momento tão solene.

Finalmente acabou a entrega de prémios e pudemos atacar o bolo, um enorme bolo assinado por um estilista famoso, de nome CKLT com showrooms exclusivos em vários pontos do planeta (Lisbon – Caldax – Oporto – Bragy – Athougy), finalmente conseguimos fofocar e conversar com os restantes bravos do pelotão, finalmente consegui chegar à ginginha em copo de chocolate, miminho final do nosso Organizador, finalmente o aperto descongestionou e as tropas dispersaram para os quartéis, não sem antes se combinarem mais umas romarias pelas Nacionais deste País.

Um agradecimento particular a toda esta fantástica Comunidade de Amigos e comilões, para quem o convívio e as duas rodas são quanto baste para tornar um Domingo num dia bem diferente, divertido e especial.

E um estrondoso OBRIGADA ao Piratinha que se esmerou na arte de bem receber, que conseguiu superar todas as expectativas e que inaugurou mais uma tradição CKLT.
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