Jan 2006 - Pinguinos (de camioneta)

Janeiro de 2006
Concentração "Pinguinos" - Valladolid (Espanha)
O convite para a viagem surgiu no final de Novembro, numa concentração em Alcobaça. Há um grupo de motociclistas, fechado, onde só se entra por convite, grupo de malta muito simpática, gosta de copos e petiscos, incrivelmente social. O convite foi feito e eu aceitei.

Esta viagem já acontece há alguns anos. Juntam-se todos, alugam uma camioneta e vão. Estão-se nas tintas para o facto de irem ou não de moto. Querem é curtir. São motociclistas à séria, mas acima de tudo responsáveis. Uma viagem destas, para Espanha, com este frio e com a dinâmica própria desta concentração, é muito perigosa. Frio, estrada molhada e gelada, copos à mistura dão sempre desgraças. É por isso que os considero pessoas de bem.

A maioria dos participantes reside no Norte de Portugal. A camioneta começa a recolher pessoal no Porto e vem por aí abaixo (uma coisa que este grupo tem é membros por todo o país).

Eu e mais três apanhamos o comboio para Vilar Formoso onde a dita nos ia apanhar.

No comboio começou a palhaçada. Os meus companheiros de viagem são hilariantes. Toda a carruagem ia a rir. Eu até chorei de tanto rir. Chegámos a V. Formoso, ligámos para saber onde eles estavam e…. a camioneta tinha avariado. Estavam à espera do mecânico, parados em Mangualde.

Estava um gelo de rachar. Decidimos entrar num restaurante, para tomar um café e esperar pois lá dentro estava mais quente. As horas passavam e eu decidi jantar. Os meus companheiros não quiseram gastar dinheiro, pois tinham comprado mantimentos (a comida em Espanha é uma porcaria e extremamente cara). À meia-noite o restaurante fechou. Fomos corridos para a rua. Estava muito frio. Então lembraram-se que tinham fome, e vai de assar chouriço no largo da estação. Assador, álcool, pão, tinham levado tudo. Eu já estava a congelar e então descobri que a porta da estação estava aberta. Lá fomos para dentro. Telefonema de novo e a coisa estava atrasada. Enrolámo-nos nos sacos-cama e descansámos um pouco. Às três da madrugada lá apareceu a camioneta. Confusão, põe as mochilas, apareceram umas cervejas, vinho do Porto, etc. Ninguém dorme. Música alta, rock a partir … e lá fomos em grande animação o resto da viagem.


Chegámos à concentração dos inguinos cerca das 6:30h da manhã. Descarregar a tralha, escolher sítio para acampar, armar as tendas, já não vale a pena dormir.

Na concentração há três grandes tendas, com enormes aquecedores, com bares e música abertas 24H sobre 24H. Lá fomos nós ver como estava o ambiente. Vasos gigantescos de whisky com cola, a 3 euros. Um atrás do outro. Finalmente, ao meio-dia percebemos que estávamos com fome. Voltámos para as tendas. Alguém tinha acendido uma enorme fogueira. Surgiram, não sei de onde, febras, entremeada, chouriço, pão, mais vinho, e mais vinho. Petisco, petisco e petisco. Acabámos, fomos tomar café e encontrámos pessoal do moto clube de Chaves. Venham lá, temos ali umas coisinhas. Lá fomos. Bacalhau assado, morcelas, frango, febras e até canja tinham. Às três da tarde não conseguíamos comer mais. Vá de tomar outro café, está muito frio, vamos para as tendas da música. Copos, dança, mais copos, mais dança, um começou a meter-se com uma espanhola, outro distraiu o marido, à tantas o espanhol já pagava copos à malta, a espanhola fez semi-strip…… uma desgraceira.

Sete da tarde. Não vou ficar aqui o dia todo. Lá os arrastei para uma volta à concentração. Descobrimos o Oliveira encharcado em caipirinhas, em estado de coma. Levou-se o rapaz para a Cruz Vermelha. No caminho de volta passámos pelo acampamento da malta de Riachos. Vai mais um copo, mais um petisco.

As horas estavam todas alteradas. Não há horas para comer, todas as horas são para beber. Dormir …. Ninguém dorme !!!!

Decidi abandonar aquela malta e ir até ao nosso acampamento. Os mais velhotes estavam à volta da fogueira. Lá fiquei umas horas na conversa.

10 Horas da noite. O frio cada vez aperta mais. O sítio mais quente é nas tendas grandes. Lá vamos nós, de novo para o quentinho e para os copos. Entretanto fomos ver o fogo de artifício, os concertos e o strip-tease (feminino e masculino) Concentração motard que se preze tem sempre strip!

Já nem me lembro das horas mas o pessoal começava a quebrar. Um adormeceu sentado numa cadeira no meio de uma das tendas, no meio da confusão de música e dança.

Acabámos por ir, finalmente descansar. Já deveriam ser umas quarto horas da manhã. Eu não consegui dormir nada. O barulho das motos não parava. A malta liga, faz barulho, raters, bernaus (queimar o pneu), a minha faz mais barulho que a tua, outro grupo cantava, outros riam. Grande confusão.


Ás seis da manhã já não conseguia estar mais dentro da minha tenda. Saí e descobri outro que também não conseguia dormir. Lá ficámos na conversa à fogueira. Às sete começaram a servir o pequeno-almoço (fazia parte da organização da concentração o jantar de sábado – que não comemos e o P. Almoço de domingo).

Soube bem o pãozinho com doce e um cafezinho quente. Toca a acordar malta. A partida é ás dez horas. Começou então a saída, vergonhosa, das tendas. Caras de ressaca, mal dormidas, alguns ainda não tinham tido tempo de a curar. A muito custo levantámos o acampamento. Às dez chegou a camioneta. Arrumar a tralha, entrar, ninguém dorme. Vamos lá acabar com as cervejas e o vinho. Não quero ir carregado para casa. Outra desgraça.

Finalmente chegámos de novo a Vilar Formoso. Somos os primeiros a sair. Temos de comer qualquer coisa, a fome já dura à umas horas. Às seis da tarde apanhámos o comboio para Lisboa. Restámos os quatro iniciais. Ninguém dorme! Vamos jogar às cartas. Foi o caminho todo de jogatana.

Chegámos a Lisboa às 10:30H. Ainda tive de apanhar o autocarro para casa. À meia-noite estava a tomar um banho. Finalmente. Adormeci e dormi até às 3 H de segunda-feira. Acordei toda partida.

1 comentário:

  1. My Angel...esta tua experiência está bem descrita, mas faltam-lhe os pormenores e os nomes das pessoas envolvidas...e isso é que é importante...foi a amizade, e os bons e menos bons momentos que partilhas-tes...com pessoas...mas tá fixe. Beijokas e até sempre.
    PS: Adorei essa viagem...!!! Pena.

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